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Consórcio e financiamento: entenda como Selic de 15% pesa sobre taxa de administração e juros

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A taxa básica de juros em 15% reacende a dúvida de quem busca o imóvel próprio: participar de um consórcio ou contratar um financiamento. Embora ambos permitam o parcelamento do bem, os encargos que incidem sobre cada modalidade são diferentes e têm relação direta – ou não – com a Selic.

Taxa de administração no consórcio

No consórcio, o custo principal é a taxa de administração, percentual fixo cobrado pela empresa que organiza o grupo. O valor é estabelecido em contrato e não muda de acordo com a variação da Selic.

Atualmente, a taxa média oscila entre 15% e 20% do crédito contratado. Em um consórcio de R$ 200 mil, por exemplo, o participante desembolsa cerca de R$ 20 mil pela administração. Diluído em 120 meses (dez anos), o encargo acrescenta R$ 142,85 às parcelas de R$ 1.666,67, elevando o pagamento mensal para R$ 1.809,52.

Juros no financiamento imobiliário

Já no financiamento, o principal gasto são os juros cobrados pelo banco. Essas taxas variam conforme a Selic: quanto maior a básica, mais caros tendem a ficar os contratos. Com a Selic em 15%, o mercado trabalha com juros anuais entre 11,50% e 13,50%.

No exemplo de um imóvel de R$ 600 mil, financiado pelo Sistema de Amortização Constante (SAC) em 360 meses, com entrada de R$ 120 mil e taxa de 12% ao ano (1% ao mês), a parcela de amortização é de R$ 1.333,33. Sobre o saldo devedor de R$ 480 mil incide 1% de juros (R$ 4.800), resultando em primeira parcela de R$ 6.133,33.

Se a previsão de queda da Selic para 2026 se confirmar, os juros de novos financiamentos tendem a recuar, aliviando o custo total do empréstimo.

Correções monetárias

No financiamento, além dos juros, o saldo devedor costuma ser atualizado por IPCA ou TR. Essa correção se soma aos encargos mensais.

Consórcios não cobram juros, mas as parcelas podem ser reajustadas pelo INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) para preservar o poder de compra do crédito. O INCC está em torno de 0,45% ao mês (julho de 2025) e acumula 5,2% em 12 meses. Segundo especialistas, o índice costuma subir quando a Selic cai, o que pode elevar a correção das cotas no próximo ano.

Visões do mercado

Para Robinson Assis, sócio da The Hill Capital, a correção monetária é ponto-chave no financiamento, pois se soma aos juros. Já Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP, observa que a ligação do INCC com a Selic deve ser considerada nas projeções de consórcio.

Luiz Almeida Valerio, diretor comercial da Nippur Consórcios, lembra que o Brasil historicamente mantém juros altos – a média da Selic é de 13,83% – e avalia que, no cenário atual, o consórcio apresenta vantagem por ter índices de correção abaixo da taxa básica e dos encargos do financiamento.

Em síntese, enquanto o consórcio oferece custo fixo de administração e reajustes pelo INCC, o financiamento tem juros diretamente influenciados pela Selic, somados à correção por IPCA ou TR. A escolha deve considerar o comportamento futuro desses indicadores e o planejamento financeiro de cada comprador.

Com informações de InfoMoney

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