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A economia dos Estados Unidos atravessa um período de indicadores divergentes, enquanto economistas alertam para o risco de uma nova estagflação – combinação de estagnação econômica com preços em alta – semelhante à vivida na década de 1970.
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ToggleMercado de trabalho dá sinais de fraqueza
Dados oficiais mostram que a criação de vagas praticamente estagnou em maio e junho e permaneceu fraca em julho, aumentando o número de trabalhadores desalentados. O relatório de emprego divulgado em 1º de agosto derrubou as bolsas e levou o presidente Donald Trump a demitir a comissária do Bureau of Labor Statistics (BLS), responsável pelas estatísticas trabalhistas.
Logo após a divulgação, o economista Mark Zandi, da Moody’s Analytics, afirmou em rede social que a economia estava “à beira de uma recessão”. Outros analistas, porém, não compartilham dessa visão.
Crescimento mais lento, consumo resistente
No primeiro semestre, o Produto Interno Bruto (PIB) avançou a uma taxa anualizada de 1,2%, um ponto percentual abaixo do registrado em 2024. Apesar da desaceleração, os gastos dos consumidores — principal motor da atividade — têm se mostrado mais firmes do que o previsto.
Depois de cair em 1º de agosto, o índice S&P 500 retomou a trajetória de alta. “Continuamos sem enxergar sinais claros de fraqueza; o consumidor parece estar bem”, disse o diretor financeiro do JPMorgan Chase, maior banco do país, a investidores no mês passado.
O Departamento de Comércio informou na sexta-feira que as vendas no varejo e em restaurantes subiram 0,5% de junho para julho, e revisou para cima o dado de junho. A Oxford Economics projeta leve recuperação do consumo nos próximos meses, apoiada por cortes de impostos e pela valorização das ações.
Imagem: bbc.com
Inflação ganha força
Os preços ao consumidor avançaram 2,7% em julho na comparação anual, repetindo a taxa de junho. O aumento já é percebido em itens importados de difícil substituição, como café e banana, antes mesmo da implementação integral das tarifas determinadas por Trump neste mês.
Analistas preveem repasses mais amplos nos próximos meses, à medida que as empresas liquidam estoques anteriores às tarifas e ajustam tabelas de preços. O índice de preços ao produtor, termômetro do custo no atacado, registrou em julho a maior aceleração em mais de três anos, apontando pressão disseminada, tanto em bens quanto em serviços.
Com crescimento modesto, mercado de trabalho enfraquecido e inflação em trajetória de alta, aumentam as incertezas sobre os próximos passos do Federal Reserve em relação aos juros e sobre a capacidade da economia norte-americana de evitar uma recessão.
Com informações de BBC News