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A confirmação de uma operação militar dos Estados Unidos no sul do Caribe deverá ser tema dos dois compromissos internacionais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá na próxima semana.
Na segunda-feira, Lula recebe no Palácio do Planalto o presidente do Equador, Daniel Noboa. Já na sexta-feira, 22 de agosto, o chefe do Executivo brasileiro participa, em Bogotá, da 5ª Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA).
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ToggleIntervenção confirmada por Washington
O assunto ganhou relevo após o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, declarar que uma operação militar está em andamento para combater “grupos narco-terroristas” que utilizam o espaço aéreo e as águas internacionais do Caribe para traficar drogas em direção aos EUA. Segundo Rubio, esses grupos “serão confrontados”, conforme determinação do presidente Donald Trump. Ele citou o “Cartel dos Filhos”, organização venezuelana de narcotráfico, e afirmou que Washington não reconhece o governo de Nicolás Maduro, classificado como “empreendimento criminoso” e “ameaça à segurança dos Estados Unidos”.
A Venezuela integra a OTCA, mas Maduro não pretende comparecer ao encontro na Colômbia. A possibilidade de intervenção levou o presidente colombiano, Gustavo Petro, a sugerir uma reunião de chanceleres sul-americanos para debater o tema; até a noite de sexta-feira, o Itamaraty não havia recebido convite formal.
Reações na região
Após a primeira reportagem sobre a ofensiva, publicada pelo The New York Times na primeira semana de julho, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, declarou que não aceitaria tropas norte-americanas em território mexicano. No Brasil e em outros países vizinhos, a principal preocupação é o risco de aumento da migração venezuelana caso a instabilidade se agrave.
Pressões antigas e fronteiras extensas
Desde o governo Jair Bolsonaro, Washington pressiona Brasília a classificar organizações criminosas como terroristas. Um projeto avançou no Congresso, mas não foi aprovado. Três enviados dos EUA discutiram o assunto com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Manoel Carlos de Almeida Neto. Ele ressaltou que a Polícia Federal já coopera com a agência antidrogas americana (DEA) e lembrou que a fronteira do Brasil com a Bolívia, de 3,4 mil km, supera a extensão entre Estados Unidos e México (3,1 mil km), o que dificulta a fiscalização. Segundo o governo brasileiro, a maior parte da droga que cruza o território nacional segue para a Europa, não para os EUA.
Imagem: valor.globo.com
Primeira ação em quase 40 anos
Se confirmada, a operação será a primeira intervenção militar norte-americana na região desde a invasão do Panamá, em 1989, ordenada por George H. W. Bush para destituir Manuel Noriega. Em 1999, o Plano Colômbia também contou com militares dos EUA, mas resultou de acordo bilateral.
Visão das Forças Armadas brasileiras
Enquanto a diplomacia demonstra cautela, fontes do Exército dizem não ver ameaça imediata, recordando que os dois países mantêm cooperação militar desde a década de 1950, com treinamentos conjuntos e aquisição de equipamentos. O próximo exercício está marcado para outubro, em Petrolina (PE). O Brasil mantém ainda um representante no Comando Sul das Forças Armadas dos EUA; atualmente, o posto é ocupado pelo general Flavio Matias. “São exércitos amigos”, disse um oficial, contraposto por assessor do Palácio do Planalto: “A amizade é das nações, não dos exércitos.”
Com informações de Valor Econômico
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