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O ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ambiental Al Gore afirmou, nesta sexta-feira (16), que o Brasil criou um mecanismo de financiamento de energias renováveis capaz de inspirar outras nações em desenvolvimento. Segundo ele, a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na mitigação de riscos é “o tipo de modelo que pode funcionar em diferentes lugares do mundo”.
Gore concedeu entrevista no Rio de Janeiro, onde lidera um curso gratuito para formar lideranças climáticas, e confirmou presença na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro de 2025 em Belém (PA). “Espero que a COP aponte soluções para destravar o capital necessário à transição energética, e o Brasil pode ter papel decisivo nisso”, declarou.
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ToggleAvanço das renováveis
O ex-vice-presidente ressaltou que, no ano passado, 93% da capacidade global de geração de energia instalada foi de fontes renováveis. Ele mencionou ainda que mais da metade das motocicletas vendidas atualmente é elétrica, enquanto veículos elétricos respondem por 20% das vendas de automóveis no mundo — percentual que ultrapassa 50% na China.
Apesar do crescimento, Gore alertou para obstáculos como o lobby do setor de combustíveis fósseis e o custo elevado do crédito em países de renda baixa. Ele citou a Nigéria, que paga juros mais de três vezes superiores aos praticados em nações desenvolvidas, e observou que o continente africano, dono de 60% do melhor potencial solar do planeta, detém menos de 2% do capital necessário para projetos de energia limpa.
Petróleo na margem equatorial
Questionado sobre a intenção do governo brasileiro de prospectar petróleo na costa amazônica, Gore reconheceu a contradição, mas avaliou que a chave é acelerar a mudança para fontes renováveis. “Como ambientalista, preferiria que nenhum país abrisse novas frentes de exploração, mas isso não invalida o avanço das renováveis, que cresce mais rápido que os combustíveis fósseis”, disse.
Críticas a Donald Trump
Na esfera política, Gore manifestou confiança de que os Estados Unidos vão superar o que chamou de “visão pseudo-autoritária” do ex-presidente Donald Trump. “Temos apenas mais três anos e meio desse tipo de governo. A democracia americana é mais resiliente do que muitos temem”, declarou.
Imagem: Alastair Grant via valor.globo.com
Ele apontou o fenômeno do “green hushing”, prática pela qual empresas mantêm iniciativas ambientais, mas evitam divulgá-las para escapar de críticas de Trump e aliados. Mesmo assim, acredita que o apoio público às ações climáticas continuará a crescer, impulsionado por eventos extremos, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca amazônica.
Gore também criticou a decisão de Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e negar déficits comerciais. “Os Estados Unidos e o Brasil são parceiros há mais de 200 anos. Passaremos por Donald Trump, e a relação entre os povos permanecerá forte”, afirmou.
Para o ex-vice-presidente, a perda de influência de Trump deve se materializar nas eleições legislativas de novembro de 2026. “Prevejo que ele deixará de controlar o Congresso”, concluiu.
Com informações de Valor Econômico
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