Marina Silva diz que COP30 deve focar em implementação de acordos climáticos

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou neste sábado (16) que a COP30, marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), precisa ser “a COP da implementação”, e não apenas mais um encontro de debates. Segundo a ministra, o mundo vive uma emergência climática e já não há espaço para adiar medidas acordadas em conferências anteriores.

“Não temos outro caminho a não ser colocar em prática as decisões que já tomamos”, declarou Marina durante o 60º treinamento para novas lideranças climáticas do Climate Reality Project, realizado no Rio de Janeiro. O evento integra o Reality Tour, série internacional organizada pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore para mobilizar ações rumo à COP30.

Meta de 1,5 °C

Marina reforçou a defesa do limite de 1,5 °C de aumento da temperatura média global, estabelecido no Acordo de Paris. Para ela, ultrapassar esse patamar acentuará eventos climáticos extremos. “Não podemos permitir nenhum grau a mais”, afirmou.

Decisões da COP28

A ministra lembrou que, na COP28, realizada em Dubai em dezembro de 2023, já foram pactuadas metas como o triplo de energia renovável, o dobro da eficiência energética, a criação do fundo de perdas e danos e a transição para o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento. “As decisões estratégicas foram tomadas; agora, precisamos implementá-las”, destacou.

Financiamento climático

Marina citou estudo do pesquisador Iago Montalvão, coordenador-executivo do grupo Transforma, segundo o qual os países do Sul Global necessitam de uma nova meta de financiamento climático de US$ 1,3 trilhão. Em 2024, na COP29 no Azerbaijão, o valor discutido foi de US$ 300 bilhões.

“A questão não é como vamos alcançar esses objetivos, mas o que acontecerá se não conseguirmos”, concluiu a ministra.

Com informações de Valor Econômico