Hipismo britânico anuncia paralisação em 10 de setembro contra aumento de imposto sobre apostas

Quem: British Horseracing Authority (BHA), principais entidades do turfe britânico, governo do Reino Unido

O quê: suspensão voluntária de todas as corridas programadas para 10 de setembro em protesto contra proposta do Tesouro que eleva a tributação sobre apostas on-line em corridas de cavalos

Quando: 10 de setembro (véspera do festival St Leger, marcado para começar dia 11)

Onde: hipódromos de Lingfield Park, Carlisle, Uttoxeter e Kempton Park

Por quê: setor afirma que a medida fiscal coloca em risco receitas, empregos e a própria sustentabilidade do esporte

Primeira greve voluntária da história moderna do turfe britânico

A BHA comunicou nesta terça-feira que não haverá disputas no país em 10 de setembro. É a primeira vez, em tempos recentes, que a modalidade decide cruzar os braços por iniciativa própria. A ação integra a campanha “Axe The Racing Tax”, criada para barrar a intenção do Tesouro de unificar a taxação remota sobre jogos de azar, elevando de 15% para 21% a alíquota paga pelos operadores em apostas de corridas, igualando-a à cobrada sobre cassinos on-line.

Impacto econômico projetado

Estudo encomendado pela autoridade projeta perda de 330 milhões de libras no primeiro ano de vigência da nova regra, além de 2.752 postos de trabalho ameaçados. Segundo a BHA, o setor movimenta 4,1 bilhões de libras anuais e sustenta cerca de 85 mil empregos diretos e indiretos no Reino Unido.

Rearranjo do calendário

Os quatro encontros programados para 10 de setembro foram remarcados:

• Lingfield Park (reunião diurna) – transferida para 8 de setembro (diurna)
• Carlisle (diurna) – transferida para 9 de setembro (noturna)
• Uttoxeter (diurna) – transferida para 11 de setembro (noturna)
• Kempton Park (noturna) – transferida para 15 de setembro (noturna)

Além disso, a programação noturna de Kempton Park em 15 de setembro foi deslocada para a noite de 18 de setembro.

Lideranças do setor se manifestam

“As propostas ameaçam o futuro da nossa modalidade”, declarou o presidente-executivo da BHA, Brant Dunshea, lembrando que corridas acontecem 363 dias por ano, parando apenas por mau tempo, questões sanitárias ou crises nacionais como a pandemia de Covid-19. “Uma elevação de imposto pode ser catastrófica para as comunidades que dependem do turfe.”

Jim Mullen, diretor-executivo do The Jockey Club, que administra 15 hipódromos, pediu ao governo “um momento de reflexão” antes de aprovar a medida. “Esperamos que compreendam o peso econômico e cultural das corridas e evitem danos irreparáveis a um esporte do qual o país muito se orgulha.”

O Departamento de Cultura, Mídia e Esporte foi procurado pela imprensa, mas ainda não comentou. O novo orçamento de outono, a ser apresentado pela chanceler Rachel Reeves em outubro, é apontado como momento provável para anúncio de aumentos de impostos.

No encerramento, Dunshea reforçou o apelo: “Não tomamos essa decisão levianamente; queremos garantir a preservação de um patrimônio britânico”.

Com informações de BBC Sport