Candidato Andrónico Rodríguez é vaiado e apedrejado em reduto de Evo Morales na Bolívia

O senador e candidato à Presidência da Bolívia, Andrónico Rodríguez, enfrentou hostilidade neste domingo (17) ao chegar para votar em Entre Ríos, município do Trópico de Cochabamba considerado principal bastião eleitoral do ex-presidente Evo Morales.

Rodríguez compareceu à unidad educativa José Carrasco com atraso, minutos depois de uma explosão registrada nos arredores do colégio. Segundo o promotor Juan Carlos Campero, o artefato não deixou feridos nem danos materiais, e a votação prosseguiu normalmente.

Enquanto o candidato se preparava para falar com a imprensa, dezenas de eleitores o cercaram, lançaram pedras e entoaram gritos de “traidor”. A equipe de segurança retirou o senador às pressas; o veículo que o aguardava também foi atingido por pedradas. Rodríguez deixou o local sem conceder entrevistas.

Rompimento com Evo intensifica tensão

Considerado durante anos o herdeiro político de Evo Morales, Andrónico Rodríguez rompeu com o ex-presidente ao registrar candidatura própria pela aliança de esquerda Popular, sem o aval do Movimento ao Socialismo (MAS). Morales, impedido de concorrer, passou então a pedir voto nulo como forma de protesto. A campanha pela anulação foi particularmente intensa em Entre Ríos; testemunhas relataram ameaças de queimar urnas caso o voto nulo não alcance maioria.

Cenário eleitoral indefinido

As eleições deste domingo são apontadas como as mais imprevisíveis desde 2006. Com o atual presidente Luis Arce fora da disputa e o MAS dividido, empresários conservadores como Samuel Doria Medina (Unidade) e Jorge “Tuto” Quiroga (Livre) lideram pesquisas para um possível segundo turno. Rodríguez aparece entre a terceira e a quarta posição nas intenções de voto, mas permanece como o principal nome da esquerda.

No total, mais de 7,5 milhões de bolivianos em território nacional e outros 369 mil no exterior estão habilitados a escolher presidente, vice-presidente e os representantes da Assembleia Legislativa Plurinacional.

Com informações de InfoMoney