Ex-diretores do IRB(Re) podem ter de ressarcir cerca de R$ 650 milhões

O IRB Brasil Re recebeu decisão favorável em processo arbitral que atribui a dois ex-diretores responsabilidade por prejuízos estimados em aproximadamente R$ 650 milhões, informaram fontes ligadas ao caso.

A disputa foi aberta em 2020, após a revelação de irregularidades contábeis que desencadearam uma crise na companhia de resseguros. Os alvos da arbitragem são o ex-diretor financeiro Fernando Passos e o ex-presidente José Carlos Cardoso.

Na semana passada, a empresa comunicou aos acionistas que o tribunal arbitral reconheceu atos ilegais cometidos no período em que ambos integravam a administração, além de custos para corrigi-los e danos à reputação da companhia. Apesar disso, o IRB(Re) não detalhou valores, alegando que o montante só será divulgado quando o processo for concluído.

“Trata-se de quantia relevante, mas iremos divulgar apenas ao término da arbitragem”, declarou o diretor jurídico Bernardo Arruda, acrescentando que a etapa final deve ocorrer até o fim deste ano.

Defesa contesta decisão

Em nota, os advogados de Cardoso afirmaram que a sentença ainda pode ser modificada por pedidos de esclarecimento das partes. A defesa destaca que o colegiado arbitral não apontou prática fraudulenta por parte do ex-presidente, tampouco ligação dele com o episódio envolvendo informações sobre a Berkshire Hathaway, ponto em que Cardoso já havia sido absolvido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo o comunicado, a condenação de Cardoso baseia-se unicamente em suposta falha de diligência diante de atos atribuídos a Passos, relacionados a inconsistências contábeis. Os representantes do ex-executivo dizem confiar na revisão da decisão.

A reportagem não conseguiu contato com Fernando Passos.

Com informações de Valor Econômico