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7 de agosto de 2025 — Agricultores, pesquisadores e grandes empresas intensificam a adoção da agricultura regenerativa, modelo que prioriza a recuperação do solo, a redução de insumos químicos e o aumento da biodiversidade.
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ToggleFazenda no interior da Inglaterra ilustra mudança
O produtor John Cherry, que cultiva 1.250 acres em Hertfordshire, ao norte de Londres, deixou de arar a terra em 2010 e passou a integrar práticas como plantio direto, rotação com herbal ley (mistura de ervas, gramíneas e leguminosas) e pastejo controlado de gado Shorthorn alimentado a pasto. Hoje, sua propriedade alterna trigo, cevada, aveia, feijão e linhaça.
Segundo Cherry, a qualidade do solo elevou a resistência das lavouras. Enquanto parte do Reino Unido enfrentou inverno encharcado seguido de primavera seca, a água permaneceu por mais tempo em seu terreno. “Foi um bom ano apesar do clima adverso”, afirma.
Princípios e vantagens
O conceito de agricultura regenerativa abrange:
- plantio direto para minimizar distúrbios no solo;
- coberturas vegetais que aumentam matéria orgânica e retenção hídrica;
- rotações diversificadas de culturas;
- pastejo manejado;
- uso mínimo de insumos químicos.
Defensores apontam benefícios como redução de erosão, menor risco de enchentes, sequestro de carbono e alimentos mais nutritivos. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) calcula que a agropecuária responda por 30% das emissões globais de gases de efeito estufa, enquanto o Fundo Global para o Meio Ambiente alerta que 95% das terras podem estar degradadas até 2050.
Custos mais baixos e interesse corporativo
Richard Francksen, professor de zoologia da Universidade de Cumbria, observa que o modelo pode reduzir despesas com máquinas pesadas e fertilizantes, além de tornar as fazendas mais resilientes a choques climáticos e políticos.
Grandes companhias de alimentos — como Nestlé, Arla e Danone — e investidores de capital de risco passaram a financiar projetos regenerativos. Segundo Larry Kopald, fundador da ONG norte-americana The Carbon Underground, o volume atual de recursos públicos e privados supera o tamanho de todo o mercado de orgânicos. A entidade atua em parcerias em cinco continentes e mantém o programa Adopt A Meter, que direciona doações de US$ 5 a pequenos agricultores para compra de equipamentos e desenvolvimento de cooperativas.
Imagem: channels.ft.com
Desafios na transição
A mudança de mentalidade continua sendo um obstáculo, destaca Cherry, que cofundou em 2016 o festival britânico Groundswell, voltado à troca de experiências entre produtores. O evento cresceu de algumas centenas para cerca de 8 000 participantes em 2024.
Estudos indicam possível queda inicial de produtividade, com recuperação entre três e seis anos, mas faltam dados consolidados sobre impactos em larga escala e segurança alimentar. Especialistas também alertam para riscos de greenwashing, já que não existe definição ou marco regulatório padronizado para o termo “regenerativo”.
Apesar das lacunas, entusiastas defendem que o método oferece caminho viável para reduzir emissões, proteger recursos hídricos e melhorar a rentabilidade agrícola.
Com informações de Financial Times
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