Alcolumbre evita confirmar possível saída da União Progressista do governo Lula

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), desconversou nesta segunda-feira (18) ao ser questionado sobre a hipótese de a futura federação União Progressista – formada por União Brasil e PP – romper com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Não sei, não podemos prever o futuro”, afirmou o senador a jornalistas, sem antecipar qual será o posicionamento do novo bloco partidário. A federação será oficializada na tarde de terça-feira (19), em convenção da qual Alcolumbre confirmou presença.

Reuniões internas e pressão da oposição

Pela manhã, as executivas de União Brasil e Partido Progressista se reúnem separadamente para discutir detalhes da união. Um dos temas esperados é justamente o eventual desligamento do governo.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), defende que as siglas entreguem os cargos que ocupam no Executivo. Já o presidente do União Brasil, Antonio Rueda, não assumiu publicamente essa posição, embora tenha feito críticas ao Palácio do Planalto, sobretudo nas negociações sobre o “tarifaço” dos Estados Unidos a produtos brasileiros.

Cargos em jogo

Atualmente, o PP comanda o Ministério do Esporte, ocupado por André Fufuca. O União Brasil dirige três pastas: Turismo, com Celso Sabino; Comunicações, com Frederico Siqueira Filho; e Integração e Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes.

Informações obtidas pelo Valor indicam que ministros considerados da cota pessoal de Alcolumbre, caso de Siqueira Filho e Góis, não perderiam as posições mesmo se a federação decidir abandonar o governo.

Bancada e bases estaduais

Com a formalização, a União Progressista terá a maior representação no Congresso: 14 senadores e 109 deputados federais. No Executivo estadual e municipal, o bloco reunirá 6 governadores e 1.335 prefeitos.

Apesar da pressão da oposição, Alcolumbre tem feito gestos de aproximação com o Planalto. Na semana passada, o senador participou do evento de apresentação da medida provisória que prevê medidas para mitigar o aumento de tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros.

Com informações de Valor Econômico