Desaprovação ao governo Lula cai para 51% e aprovação sobe a 46%, indica Genial/Quaest

A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (20), revela redução na desaprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para 51% e avanço da aprovação para 46% — maior nível desde janeiro.

Metodologia

O instituto entrevistou 12.150 pessoas entre 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Evolução dos índices

Segundo a série da Quaest, a desaprovação vinha de 57% em maio e recuou para 53% em julho, chegando agora a 51%. A aprovação, que era de 40% em maio e 43% em julho, atingiu 46%.

Recortes por escolaridade e renda

Entre eleitores com até o ensino fundamental, a aprovação passou de 51% para 56%, enquanto a desaprovação oscilou de 42% para 40%. No grupo que recebe até dois salários mínimos, 55% aprovam a gestão e 40% desaprovam; em julho havia empate técnico (50% x 49%).

Religião e programas sociais

A aprovação alcançou 54% entre católicos (51% em julho) e chegou a 60% entre beneficiários do Bolsa Família, dez pontos acima da rodada anterior.

Resultados por região

Desaprovação caiu no Nordeste (de 44% para 37%), Sudeste (56% para 55%) e Centro-Oeste/Norte (55% para 53%); no Sul permaneceu em 61%. A aprovação aumentou em todas as regiões, com destaque para o Nordeste, onde subiu de 53% para 60%.

Perfis ideológicos

A aprovação segue alta entre lulistas (90%) e eleitores de esquerda não lulista (86%). Entre bolsonaristas e direita não bolsonarista, a desaprovação é majoritária (90% e 91%, respectivamente). Eleitores sem posicionamento político registram 42% de aprovação e 53% de desaprovação.

Estados pesquisados

O governo voltou a ter maioria de aprovação na Bahia e em Pernambuco. Em Pernambuco, a aprovação saltou de 49% para 62%, e a desaprovação caiu de 50% para 37%. Na Bahia, aprovação subiu de 47% para 60% e desaprovação recuou de 51% para 39%.

Nos demais seis estados avaliados (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul), a desaprovação ainda supera a aprovação, mas a diferença diminuiu. Em São Paulo, por exemplo, a desaprovação cedeu de 69% para 65% e a aprovação subiu de 29% para 34%.

Avaliação de governo e economia

A avaliação negativa do governo está em 39% (40% em julho), a positiva em 31% (28%) e a regular em 27% (28%). Para 43%, o governo Lula é melhor que o de Jair Bolsonaro; 38% dizem ser pior e 16% consideram igual.

Quanto à direção do país, 57% acham que o Brasil segue caminho errado (58% em julho) e 36% veem rumo certo (34%).

Inflação, tarifas dos EUA e expectativa econômica

A percepção de alta nos preços dos alimentos caiu de 76% para 60%; 20% veem estabilidade e 18% apontam queda. Já 64% esperam aumento de preços por causa das tarifas impostas pelos Estados Unidos, 18% preveem redução e 13% não veem mudança.

Para os próximos 12 meses, 40% acreditam que a economia piorará, mesma fatia dos que preveem melhora; 17% acham que ficará igual. Sobre poder de compra, 70% dizem estar menor do que há um ano (era 80% em julho), 16% relatam melhora e 12% não notam diferença.

Reação ao “tarifaço”

Na disputa narrativa sobre as tarifas americanas, 48% afirmam que Lula e o PT adotam a melhor postura, 28% preferem Bolsonaro e aliados, 15% não aprovam nenhum lado. Para 49%, o presidente defende o país; 41% consideram que ele usa o episódio para autopromoção. Ao todo, 44% avaliam que Lula age bem diante das tarifas, enquanto 46% discordam.

Com informações de Valor Econômico