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Clima extremo e guerra na Ucrânia elevam preços de alimentos no Reino Unido a 4,9% em 12 meses

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Os preços de alimentos e bebidas não alcoólicas no Reino Unido subiram 4,9% no período de 12 meses encerrado em julho, segundo a mais recente divulgação oficial de inflação. Trata-se da quarta alta consecutiva e do nível anual mais elevado desde fevereiro de 2024.

Clima reduz oferta e encarece insumos

A seca que atingiu o país diminuiu a produtividade das lavouras, enquanto eventos climáticos extremos em outros pontos do planeta elevaram as cotações de produtos como café e cacau. O agricultor Lewis Clare, que cultiva aveia orgânica e cria suínos em uma área de 160 acres próximo a Manchester, afirma que a falta de chuva resultou em “colheitas e rendimentos terríveis”. Com menor oferta, os grãos passaram a valer mais, observou o produtor.

Cadeia de custos atinge fazendas e restaurantes

Além do clima, conflitos geopolíticos também pressionam a cadeia. Clare contou que precisou abandonar a produção de ovos após a invasão russa à Ucrânia, pois a guerra encareceu insumos e desorganizou o fornecimento.

Empresas de alimentação lidam ainda com aumento do salário mínimo e de contribuições patronais de Previdência. A Ice Cream Farm, parque temático de sorvetes em Cheshire, relata que custos de folha, alimentos e energia vêm crescendo de forma simultânea. “Estamos sendo espremidos por todos os lados”, disse a diretora de operações Jane Matthews, explicando que parte das despesas tem sido repassada ao público para manter o negócio em funcionamento.

Ajustes no consumo

Estudo divulgado na terça-feira indica que muitos britânicos estão reduzindo gastos com fast-food e refeições casuais, optando por pequenas indulgências, como uma xícara de café ou um chocolate. Na fazenda de Matthews, aumentou o número de visitantes que levam piqueniques simples e apenas complementam a refeição comprando porções menores, como batatas fritas para as crianças.

Impacto maior sobre famílias de baixa renda

A think tank Resolution Foundation alerta que a rápida alta de alimentos atinge com mais força os lares de menor poder aquisitivo. A economista Lalitha Try lembra que esses grupos já destinam parcela maior da renda às compras de supermercado e, muitas vezes, já migraram para marcas próprias, restando poucas alternativas de corte.

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Imagem: bbc.com

Mesmo famílias de renda mais alta sentem o avanço dos preços, observa Danni Hewson, chefe de análise financeira da AJ Bell. Segundo ela, compromissos como financiamento de carro, hipoteca ou mensalidade escolar limitam a margem de manobra, tornando inevitável rever gastos conforme a inflação se espalha.

Com a combinação de clima adverso, tensões internacionais e custos trabalhistas em alta, produtores, comerciantes e consumidores britânicos continuam sem perspectiva clara de alívio nos preços dos alimentos.

Com informações de BBC News

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