Gleisi Hoffmann reconhece falhas na articulação e promete evitar uso político da CPMI do INSS

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, admitiu nesta quarta-feira (20) que houve falhas na mobilização da base governista em torno da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A oposição conquistou os principais cargos do colegiado, surpreendendo o Palácio do Planalto.

“Apesar do resultado que a oposição conseguiu hoje, por erros na mobilização de nossa base, vamos continuar trabalhando, corrigindo os erros, para que a CPMI não seja instrumentalizada para atender a interesses políticos”, afirmou a ministra em nota oficial.

Derrota inesperada

Pela manhã, parlamentares contrários ao governo elegeram o senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência da comissão. O resultado contrariou a expectativa de aliados, que davam como certo o nome do senador Omar Aziz (PSD-AM) para o posto.

Logo após assumir o comando do colegiado, Viana alterou a relatoria. Em vez do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), previamente acertado, foi indicado o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ligado à bancada bolsonarista. A mudança provocou novo desgaste, já que Ayres havia sido anunciado na semana passada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e vinha se apresentando publicamente como relator.

Próximos passos

Gleisi convocou líderes governistas para avaliar a reviravolta e traçar estratégias a fim de evitar que o colegiado prejudique investigações em curso sobre descontos ilegais em benefícios e o processo de ressarcimento a aposentados. Integrantes da articulação política reconhecem que o governo foi pego de surpresa e classificam a manobra oposicionista como uma derrota significativa.

Com informações de Valor Econômico