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Herdeiros de Rodolfo Bonfiglioli travam disputa judicial por patrimônio bilionário

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A partilha dos bens do banqueiro e empresário Rodolfo Marco Bonfiglioli, morto em 6 de setembro de 2024, desencadeou uma batalha judicial entre os filhos Alberto Bonfiglioli Neto e Cláudia Bonfiglioli. O processo corre na 9ª Vara de Família e Sucessões de São Paulo.

Rodolfo, de 98 anos, faleceu às 16h47 no Hospital Albert Einstein. Menos de uma hora depois, às 17h36, Alberto assinou digitalmente a procuração que autorizou o escritório Yarshel Advogados a pedir a abertura do inventário, protocolado no mesmo dia.

Acusações de ocultação de patrimônio

Administrador do conglomerado familiar desde a interdição do pai, em 2018, Alberto é acusado por Cláudia de esconder bens por meio da Palms Holdings, criada em outubro de 2023. Segundo relatório da consultoria Kroll juntado aos autos, a holding passou a controlar Coirmãos Participações S.A., Albon Participações Ltda. e Incremento Empreendimentos e Reflorestamento S.A. A verdadeira identidade do acionista do Fundo Palms, controlador da holding, não foi identificada.

Alberto nega irregularidades. Seu advogado, Gustavo Pacífico, afirma que “todo o patrimônio do espólio foi devidamente declarado e documentado nos autos do inventário, sob fiscalização do juízo competente”.

Divergência sobre valores

Cláudia sustenta que o espólio soma cerca de R$ 1 bilhão, calculando R$ 705 milhões provenientes de vendas de imóveis e R$ 234 milhões creditados ao Banco Auxiliar em 2021. Alberto apresentou planilha que fixa em R$ 42,8 milhões o montante partilhável, já descontado passivo de R$ 17,8 milhões.

Pelos cálculos de Alberto, a viúva Maria Helena receberia 50% (R$ 21,4 milhões) e cada um dos quatro filhos — Alberto, Cláudia, Sandra e Silvana — ficaria com R$ 5,35 milhões. Desconfiada, Cláudia contratou também a Montax para investigar o patrimônio familiar.

Venda de fazendas e obras de arte

Cláudia afirma que o irmão vendeu fazendas, pratarias e quadros de Cândido Portinari e Tarsila do Amaral. Ela estima o acervo em quase R$ 22,5 milhões. Alberto, porém, diz que as obras valem R$ 22,5 mil, conforme declaração de Imposto de Renda do pai, e que a Justiça autorizou a venda para custear despesas médicas.

A transportadora DRB, do grupo Granero, cobra R$ 1,29 milhão do espólio por serviços de armazenamento. A empresa afirma que Alberto retirou diversos bens do depósito entre fevereiro de 2023 e junho de 2024 para vendê-los. Pacífico nega a retirada de “dois contêineres” e sustenta que houve autorização judicial.

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Imagem: Andrew Harrer via valor.globo.com

Negociações com herdeiras

Cláudia relata ter recebido, assim como a mãe e as irmãs, proposta da Palms para comprar os direitos hereditários: R$ 18 milhões para a viúva e R$ 3,5 milhões para cada filha. Ela recusou. Pacífico diz que Alberto também recebeu oferta, mas preferiu manter sua participação.

Créditos do Banco Auxiliar

Outro ponto de discórdia são os R$ 234,8 milhões liberados pela União ao Banco Auxiliar em 2021, após acordo que quitou dívida de R$ 964,9 milhões. Cláudia sustenta que, como acionista, tem direito à quantia e que o valor deveria constar no inventário. Para Pacífico, operações de empresas não integram o espólio.

Decisão judicial

Em despacho de segunda-feira (data não informada nos autos), o juiz Walter Chacon Cardoso determinou que o inventário tratará apenas de bens existentes na data da morte de Rodolfo. Controvérsias sobre venda de fazendas, quadros e créditos do Banco Auxiliar deverão ser discutidas em ações próprias. “O inventário não comporta litígio”, escreveu o magistrado.

Os advogados de Cláudia prometem ingressar com medidas cíveis e criminais. A defesa de Maria Helena, Sandra e Silvana declarou que elas não irão se manifestar.

Com informações de Valor Econômico

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