Entidade pede fim de cobrança para motoristas com Blue Badge em áreas de desembarque de aeroportos britânicos

Londres – A organização Disabled Motoring UK defendeu que todos os aeroportos do Reino Unido deixem de cobrar taxas de desembarque próximas aos terminais de passageiros com o cartão de estacionamento para pessoas com deficiência, o Blue Badge.

O pedido veio após a repercussão de um levantamento da BBC que mostrou aumento das tarifas “kiss-and-fly” – usadas para paradas rápidas – em mais da metade dos aeroportos mais movimentados do país, chegando a £7 em alguns casos. Segundo a entidade, o sistema de descontos e isenções é “complexo e inconsistente”, o que dificulta o acesso para quem tem mobilidade reduzida.

Como cada aeroporto trata a cobrança

A BBC consultou os 20 aeroportos com maior fluxo de passageiros para saber a política aplicada a portadores de Blue Badge:

• Sem cobrança para ninguém: London City.
• Cobram a taxa, mas isentam Blue Badge: Gatwick, Birmingham, Edinburgh, Heathrow, Liverpool John Lennon e Manchester.
• Cobram o mesmo valor na área mais próxima, porém oferecem ponto gratuito exclusivo para Blue Badge em outro local: Luton, Glasgow, Belfast International, Belfast City, East Midlands, Aberdeen e Southampton. Em Glasgow e Aberdeen, a gratuidade só vale quando o passageiro é deixado por familiares ou amigos, não por táxis.
• Cobram valor reduzido e permitem permanência por mais tempo: Bristol (£7 por 40 minutos), Leeds Bradford (£7 por 60 minutos) e Bournemouth (£5 por quatro horas).
• Sem qualquer desconto: Cardiff (£3 por 10 minutos), Newcastle (£5 por 10 minutos) e Stansted (£7 por 15 minutos).

Todas as instalações oferecem alternativas gratuitas mais distantes, como estacionamentos “park & ride” com traslado de ônibus até o terminal.

Dificuldades no processo de isenção

Na maioria dos aeroportos que concedem gratuidade, basta apresentar o Blue Badge no dia da viagem. Entretanto, Heathrow e Liverpool exigem registro on-line ou por telefone antes ou depois do deslocamento. Heathrow informa que a validação pode levar até cinco dias, embora normalmente seja concluída em 48 horas.

Para James Williams, 67 anos, de Londres, o procedimento é um obstáculo: “Não sou alfabetizado digitalmente e acabo pagando a tarifa”, disse à BBC. Jonathan Cassar, 51, também londrino, afirma que a necessidade de cadastro on-line impede a espontaneidade de passageiros com deficiência.

Heathrow declara ter simplificado o sistema e orienta quem tem urgência a realizar o cadastro por telefone. Já Liverpool afirma que o processo virtual foi criado para coibir uso indevido dos crachás.

Pontos de vista divergentes

Embora muitos defendam a isenção total, há quem não considere a cobrança injusta. Gordon Richardson, presidente do British Polio Fellowship Board e usuário do Blue Badge, diz não se opor a pagar o mesmo valor que os demais, desde que as vagas sejam acessíveis e fáceis de usar. Ele recomenda que os passageiros contatem o aeroporto antecipadamente para garantir apoio e eventuais descontos.

A Airports UK, entidade que representa o setor, afirma que a melhor opção de desembarque para pessoas com deficiência depende do desenho de cada terminal e aconselha a verificação prévia das orientações no site de cada aeroporto.

Com informações de BBC News