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Ações da Evergrande são retiradas da Bolsa de Hong Kong após decisão de liquidação

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As ações do grupo imobiliário chinês Evergrande deixaram de ser negociadas permanentemente na Bolsa de Hong Kong nesta segunda-feira, poucos meses depois de terem sido suspensas, em janeiro de 2024, por ordem do Tribunal Superior da região, que determinou a liquidação da empresa.

O movimento marca mais um capítulo na crise da companhia fundada em 1996 por Hui Ka Yan, antigo homem mais rico da Ásia. Em março de 2024, Hui foi multado em US$ 6,5 milhões (4,8 milhões de libras) e proibido de atuar de forma vitalícia no mercado de capitais da China, depois de as autoridades concluírem que a Evergrande inflou sua receita em US$ 78 bilhões.

Escalada da dívida

A Evergrande cresceu aceleradamente tornando-se uma das maiores incorporadoras do país, sustentada por empréstimos que ultrapassaram US$ 300 bilhões. Em 2020, entretanto, novas regras do governo chinês limitaram o endividamento de grandes construtoras, pressionando o caixa da empresa. Para gerar liquidez, a incorporadora passou a vender imóveis com descontos agressivos, mas ainda assim não conseguiu honrar os juros devidos. O calote formal veio em 2021, quando a companhia não pagou um vencimento crítico.

Repercussões internacionais

Em agosto de 2023, a Evergrande entrou com pedido de proteção contra falência em Nova York, tentando salvaguardar ativos nos Estados Unidos enquanto negociava um acordo multibilionário com credores. Desde o início da crise, o valor de mercado da companhia encolheu mais de 99%.

Alcance do grupo

No auge, a empresa mantinha cerca de 1.300 projetos em 280 cidades chinesas e controlava negócios que iam de gestão de fortunas à fabricação de carros elétricos, além de deter a maior fatia do Guangzhou FC, equipe de futebol mais vitoriosa do país.

Impactos para a economia chinesa

O setor imobiliário responde por cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) da China e é importante fonte de receita para governos locais. A desaceleração do mercado afetou bancos, construtoras e o emprego, pressionando o consumo das famílias. Em resposta, Pequim injetou centenas de bilhões de dólares no sistema financeiro, ofereceu crédito subsidiado a bancos estatais para concluir obras e lançou incentivos a compradores de imóveis e eletrodomésticos, sem promover resgates diretos às incorporadoras para evitar riscos morais.

Novo foco de Pequim

Ao mesmo tempo, o presidente Xi Jinping vem redirecionando as prioridades econômicas para setores de alta tecnologia, como energia renovável, carros elétricos, automação e inteligência artificial, ampliando a competição com os Estados Unidos e reduzindo a dependência do mercado imobiliário como motor de crescimento.

A retirada definitiva dos papéis da Evergrande da Bolsa de Hong Kong aprofunda o processo de liquidação e simboliza o fim de uma trajetória que, em poucos anos, foi da ascensão meteórica ao colapso financeiro.

Com informações de BBC News

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