Bancos globais aumentam expectativa de corte de 0,25 p.p. pelo Fed em setembro após discurso de Powell

Grandes instituições financeiras passaram a projetar que o Federal Reserve reduzirá a taxa básica em 25 pontos-base na reunião de 16 e 17 de setembro, depois que o presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, sinalizou preocupação crescente com a situação do mercado de trabalho durante o simpósio de Jackson Hole.

Em relatório distribuído na sexta-feira (data do discurso), o Barclays antecipou em um ano a previsão de início do ciclo de afrouxamento: de setembro de 2026 para setembro de 2025. O banco britânico avaliou que a fala de Powell conferiu “viés de flexibilização” à política monetária e elevou o nível de evidências exigido para a manutenção dos juros atuais.

O BNP Paribas também revisou cenários. Liderados por Calvin Tse, seus economistas agora projetam cortes de 0,25 ponto percentual em setembro e em dezembro, abandonando a estimativa de estabilidade que mantinham havia meses. Na mesma linha, Macquarie e Deutsche Bank passaram a prever reduções de igual magnitude nos dois últimos encontros do Fomc em 2025.

Outros participantes do mercado mostram cautela. O Bank of America afirma não esperar cortes em 2025, a menos que haja deterioração adicional do emprego, ressaltando sinais de retomada da atividade e pressões de preço ainda persistentes. O Morgan Stanley compartilha a visão, mas admite que a decisão pode mudar caso próximos indicadores de trabalho e inflação confirmem desaceleração mais forte.

A ferramenta CME FedWatch indica que os contratos futuros embutem hoje 87% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto em setembro, ante 75% antes do pronunciamento de Powell.

Goldman Sachs e J.P. Morgan mantiveram as projeções de alívio monetário no encontro de setembro, em sintonia com a leitura predominante de que dados econômicos mais brandos justificariam a mudança de política.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) volta a se reunir nos dias 16 e 17 de setembro.

Com informações de InfoMoney