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Fabricantes chineses de painéis solares ampliam prejuízos em meio a oferta excedente e atritos com os EUA

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Os principais produtores de painéis solares da China fecharam o primeiro semestre de 2025 com perdas maiores, consequência de uma oferta muito acima da demanda e do recrudescimento das barreiras comerciais dos Estados Unidos.

Resultados financeiros no vermelho

A Tongwei registrou prejuízo líquido de US$ 693 milhões entre janeiro e junho, contra US$ 437 milhões um ano antes. A Trina Solar saiu de lucro de US$ 73 milhões no primeiro semestre de 2024 para déficit de US$ 408 milhões no mesmo período deste ano. Já a Longi Green Energy Technology reduziu a perda para US$ 359 milhões, ante US$ 732 milhões, apoiada em menores baixas contábeis.

Expansão acelerada e queda de preços

Segundo a Administração Nacional de Energia, a China instalou 212,2 GW de capacidade fotovoltaica nos seis primeiros meses de 2025 — mais que o dobro do verificado um ano antes — elevando o parque solar total do país a 1,1 TW. O avanço ocorre após anos de investimentos agressivos, que provocaram excesso de oferta em toda a cadeia, do polissilício aos módulos. Em 2 de julho, o preço médio dos painéis recuou para US$ 0,087 por watt, menor patamar desde 2011.

Pressão de Washington

As companhias também sentem o impacto de novas medidas norte-americanas. A Maxeon Solar Technologies, controlada pela chinesa TCL Zhonghuan e sediada em Cingapura, está impedida de vender nos Estados Unidos desde julho de 2024, quando carregamentos vindos do México foram retidos na fronteira. As exportações da empresa despencaram 85% no primeiro semestre de 2025.

Além de manter tarifas de 30% sobre a maioria dos produtos chineses, o governo do presidente Donald Trump anunciou taxas de até 3.400% para células solares produzidas no Camboja, na Malásia, na Tailândia e no Vietnã — países onde fabricantes chineses haviam montado linhas para driblar restrições anteriores. A Casa Branca também encerrou, no mês passado, incentivos fiscais destinados à produção doméstica de tecnologia limpa, levando alguns grupos chineses a abandonar o mercado norte-americano.

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Imagem: Zbynek Burival via Unsplash via valor.globo.com

Pressão de Pequim por ajuste

Diante do segundo ano seguido de grandes perdas, o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação reuniu executivos do setor na semana passada e pediu o fechamento de capacidade considerada obsoleta. A Associação da Indústria Fotovoltaica da China reforçou a necessidade de pôr fim à “competição involutiva” — termo local para disputas de preços consideradas destrutivas — e prometeu fortalecer a autodisciplina entre as empresas.

Entre as propostas sobre a mesa está a criação de um fundo para comprar estoques e unidades ociosas de polissilício, medida similar a programas usados por Pequim em crises anteriores de aço e cimento. Analistas, porém, destacam que a reestruturação pode ser mais complexa, já que muitos dos maiores fabricantes de painéis são empresas privadas.

Com informações de Valor Econômico

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