Contratos para levar água e esgoto a todos já cobrem 68% dos municípios, aponta Abcon

Um levantamento da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Água e Esgoto (Abcon) mostra que 68% das cidades brasileiras contam com contratos em vigor que preveem a universalização do abastecimento de água e da coleta de esgoto dentro dos prazos fixados pela Lei do Saneamento. São 3.814 municípios com metas contratadas, enquanto 1.756 ainda não dispõem de plano de investimento que assegure a cobertura total nos próximos anos.

Desempenho regional

Entre as cinco regiões, o Nordeste concentra o maior percentual de contratos, com 77% das prefeituras já comprometidas. Na sequência surgem Sul (71%), Sudeste (66%) e Centro-Oeste (64%). O Norte registra a menor participação: 39% das cidades contam com acordos para expansão dos serviços.

Avanço do setor privado

Desde 2019, ano anterior ao novo marco legal do saneamento, a presença da iniciativa privada se ampliou significativamente. O número de municípios com operação privada de abastecimento de água saltou 519%, chegando a 1.523. No esgotamento sanitário o crescimento foi ainda maior, de 797%, alcançando 1.740 localidades. Segundo a Abcon, a diferença se explica por projetos estaduais que transferem apenas a gestão de esgoto à iniciativa privada, mantendo o fornecimento de água sob responsabilidade de companhias públicas.

Projetos em estruturação

A entidade identificou 27 novos projetos em fase de modelagem, estimados em R$ 73,5 bilhões, com potencial de atender 28,1 milhões de pessoas em 945 municípios. A principal licitação aguardada para 2025 é a dos blocos de saneamento de Pernambuco, destacou a presidente-executiva da Abcon, Christianne Dias Ferreira.

Grandes iniciativas planejadas em Rondônia, Goiás, Rio Grande do Norte e Paraíba devem ficar para 2026, informou a superintendente técnica Ilana Ferreira. Ela afirmou que a experiência de 2022 indica que o calendário eleitoral não deverá atrasar os cronogramas, tanto em projetos estaduais quanto em licitações municipais.

Com informações de Valor Econômico