ICE volta a deter salvadorenho deportado por engano, três dias após deixá-lo em liberdade

Kilmar Abrego Garcia, 30 anos, foi novamente detido nesta segunda-feira (25) por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), apenas três dias depois de sair de uma prisão no Tennessee.

O salvadorenho ganhou destaque em março, quando foi enviado por engano para El Salvador. Após pressão de tribunais norte-americanos, ele retornou ao país em junho, mas passou a responder a uma acusação federal de tráfico de pessoas, contestada por sua defesa.

Plano de nova deportação

De acordo com a Associated Press, o governo dos Estados Unidos pretende agora deportá-lo para Uganda, país africano que recentemente concordou em receber estrangeiros removidos do território norte-americano. Antes disso, Abrego Garcia recusou proposta de ser enviado à Costa Rica em troca de se declarar culpado.

Defesa fala em retaliação

Para o advogado Simon Sandoval-Moshenberg, a nova prisão é uma represália ao fato de o cliente ter buscado suas garantias constitucionais. Pouco antes de se apresentar ao escritório regional do ICE em Baltimore (Maryland), o imigrante discursou a apoiadores; ele mora na área havia três anos com a esposa e três filhos.

Acusações mantidas pelo governo

A administração Trump reconheceu o erro que levou à deportação equivocada, mas sustenta que Abrego Garcia integra a gangue MS-13 e representa ameaça à segurança do país — alegações negadas pelo salvadorenho. Em pronunciamento na Casa Branca, ao lado do presidente Donald Trump, a secretária de Justiça, Pam Bondi, afirmou que o migrante “não voltará a aterrorizar os Estados Unidos”.

Origem do processo

As suspeitas de tráfico de pessoas surgiram em 2022, após uma blitz de trânsito no Tennessee que encontrou nove pessoas no veículo conduzido por Abrego Garcia. Na ocasião, a polícia liberou o motorista, emitindo apenas uma advertência.

Advogados do salvadorenho apresentaram recurso na tentativa de barrar qualquer novo procedimento de deportação enquanto o caso tramita na Justiça.

Com informações de Valor Econômico