XP mantém recomendação neutra para Usiminas após queda de 21% no ano

São Paulo – A XP Investimentos revisou suas projeções para a Usiminas (USIM5) e manteve a indicação neutra para os papéis, mesmo depois de a ação acumular recuo de 21% em 2024 frente à alta de 15% do Ibovespa.

Em relatório enviado a clientes, a corretora fixou preço-alvo de R$ 5,00 para o fim de 2026, o que representa potencial de valorização de cerca de 20% sobre as cotações atuais.

Custos e demanda pesam sobre desempenho

Segundo a XP, o desempenho fraco da Usiminas resulta de custos maiores que o previsto, mercado doméstico de aço plano pressionado e juros elevados, fatores que devem reduzir a demanda nos próximos meses.

Embora o múltiplo EV/EBITDA estimado em 3,0 vezes para 2026 não seja considerado alto, os analistas avaliam que múltiplos menores são adequados diante dos investimentos previstos, que devem gerar FCF yield de 3,4% em 2026 e resultado negativo em 2027 e 2028.

A corretora também aponta que, combinando retorno sobre patrimônio (ROE) baixo com custo de capital elevado, o Preço/Valor Patrimonial projetado em 0,2 vez para 2026 não parece atraente.

Cenário externo e possíveis gatilhos de alta

Apesar de não integrarem o cenário-base, a XP lista como riscos positivos a adoção de medidas antidumping no Brasil e uma eventual intensificação das políticas de contenção de oferta na China. Além disso, pelo alto beta do ativo e histórico de desempenho superior em ciclos de corte de juros, uma melhora macroeconômica no Brasil poderia apoiar o preço das ações.

Pressão nos preços do aço e investimentos elevados

A casa projeta que os preços do aço plano seguirão pressionados, refletindo concorrência de importados e demanda mais fraca. Ao mesmo tempo, desembolsos significativos, sobretudo na reforma da planta de coque nº 2, devem manter o fluxo de caixa livre em patamares considerados subótimos nos próximos anos.

A Usiminas também entregou redução de custos aquém das expectativas após a reforma do alto-forno 3 em Ipatinga. Ainda assim, a XP espera melhora de custos no segundo semestre de 2024, impulsionada por preços menores de matérias-primas e novas eficiências operacionais, o que pode amenizar o ambiente desafiador.

Com informações de InfoMoney