Parcerias multissetoriais serão decisivas para o avanço urbano sustentável, afirma ONU-Habitat

A subsecretária-geral das Nações Unidas e diretora-executiva do ONU-Habitat, Anacláudia Rossbach, afirmou que o desenvolvimento urbano resiliente nos próximos anos dependerá de três frentes principais: estruturação de projetos, inovação em instrumentos financeiros e fortalecimento da capacidade institucional para parcerias multissetoriais.

A declaração foi transmitida por vídeo na abertura do Fórum Internacional Inovação Financeira para as Cidades, realizado nesta terça-feira (26) na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O encontro é organizado pelo banco brasileiro em conjunto com o BID.

Três eixos para cidades resilientes

Rossbach destacou que mais de 55% da população mundial vive em áreas urbanas e que esse índice deve ultrapassar 70% até 2050. Segundo ela, o rápido crescimento das cidades gera desafios relacionados a mudanças climáticas, desigualdade e pressão sobre infraestrutura, mas também abre espaço para novas soluções de financiamento.

No primeiro eixo, a dirigente defendeu projetos bem estruturados, que unam planejamento urbano, análise financeira, avaliação de riscos e retorno social e ambiental.

O segundo ponto envolve a inovação em instrumentos financeiros, como parcerias público-privadas orientadas por critérios de sustentabilidade, fundos rotativos e mecanismos baseados em resultados. “É essencial que cada dólar investido reduza desigualdades e aumente a resiliência”, ressaltou.

Por fim, Rossbach enfatizou a importância de reforçar a capacidade institucional dos governos locais para que formem alianças com setor privado, bancos de desenvolvimento e sociedade civil. Municípios precisam de conhecimento técnico para preparar projetos, negociar com financiadores e acessar recursos nacionais e internacionais, explicou.

Plano estratégico 2026-2029

De acordo com a executiva, o novo plano do ONU-Habitat para 2026-2029 prevê o estímulo a estratégias de financiamento como instrumento-chave para reduzir pobreza, adaptar cidades às mudanças climáticas e prevenir crises urbanas.

Rossbach concluiu dizendo que o ONU-Habitat continuará oferecendo metodologias de planejamento integrado, dados e suporte técnico para conectar cidades a bancos de desenvolvimento e investidores.

Com informações de Valor Econômico