O governo brasileiro, por meio do Ministério dos Transportes, tem intensificado sua estratégia de internacionalização da infraestrutura rodoviária nacional. Em abril de 2025, representantes do ministério participaram de uma missão oficial no México com o objetivo de atrair investidores privados e operadores logísticos mexicanos interessados em atuar em concessões de rodovias federais brasileiras.
A reunião foi liderada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, e contou com apoio da Embaixada do Brasil no México. Durante o encontro, o governo brasileiro apresentou um portfólio com mais de R$ 50 bilhões em oportunidades de investimento, distribuídas em 13 projetos prioritários, incluindo duplicações, recuperação de pavimentos e implantação de sistemas inteligentes de tráfego.
Segundo o próprio ministério, essa iniciativa integra o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que tem entre suas metas a melhoria da malha viária nacional e o estímulo à participação do capital estrangeiro em obras estruturantes. O México foi escolhido como destino estratégico por já possuir experiência consolidada em concessões rodoviárias e por ser um dos principais investidores latino-americanos no setor de transportes.
“O Brasil está com uma carteira madura, estruturada e pronta para receber investimento privado. O México tem empresas experientes que podem contribuir com inovação e eficiência”, declarou Renan Filho, ministro dos Transportes.
Projetos apresentados e potencial econômico dos investimentos
Durante o encontro no México, o governo brasileiro apresentou uma carteira composta por 13 projetos de concessão de rodovias federais, prontos para licitação entre 2025 e 2026. Os projetos contemplam cerca de 7.500 km de estradas, abrangendo regiões estratégicas para o escoamento da produção agrícola, industrial e portuária do país.
Entre os trechos em destaque estão:
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BR-040 (MG/GO/DF): modernização e duplicação de trechos que ligam Brasília a Belo Horizonte, com foco na segurança viária e logística;
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BR-116 (BA/MG): melhoria da conexão entre o Sudeste e o Nordeste, essencial para o transporte de cargas;
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BR-101 (SC/RS): finalização das obras de duplicação e novas tecnologias de controle de tráfego;
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BR-163 (MT/PA): rota estratégica para o agronegócio, com elevado potencial de retorno financeiro e logístico.
Esses projetos fazem parte de uma estratégia nacional de descarbonização da logística, melhoria da infraestrutura viária e atração de investimentos sustentáveis, segundo o Plano Nacional de Logística (PNL 2035).
Benefícios esperados com os investimentos
Os investimentos em rodovias podem trazer impactos significativos para o Brasil e para os investidores estrangeiros:
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Redução do Custo Brasil: com rodovias mais modernas, o transporte de mercadorias se torna mais ágil, barato e seguro;
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Aumento da competitividade logística: especialmente nas rotas que ligam centros produtores a portos de exportação;
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Geração de empregos diretos e indiretos: estimativas do Ministério dos Transportes apontam que cada R$ 1 bilhão investido em infraestrutura gera até 25 mil empregos;
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Estabilidade regulatória e segurança jurídica: os contratos seguem modelos da nova Lei de Concessões, com garantias legais para investidores estrangeiros.
De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Brasil possui hoje mais de 60 mil km de rodovias federais sob jurisdição, mas menos de 15% estão concedidas à iniciativa privada — demonstrando grande margem de expansão para investidores internacionais.
Conclusão: Brasil abre as portas para a infraestrutura compartilhada
A aproximação entre o Brasil e o México no setor de infraestrutura representa mais do que uma rodada de negócios — trata-se de uma estratégia de cooperação entre países emergentes, com foco na modernização logística, integração regional e desenvolvimento econômico sustentável.
Ao apresentar uma carteira robusta de concessões viárias, o Ministério dos Transportes sinaliza ao mercado internacional que o país está comprometido com a atração de capital, a segurança jurídica dos contratos e o estímulo à inovação no setor logístico. Os investidores mexicanos, com histórico consolidado em gestão de rodovias, podem encontrar no Brasil um ambiente fértil para parcerias de longo prazo.
A iniciativa reforça que o futuro das rodovias brasileiras será construído por meio de alianças estratégicas, onde ganham o governo, a iniciativa privada e, principalmente, a população — com estradas mais seguras, eficientes e integradas ao crescimento do país.
Perguntas Frequentes (FAQ)
1. Quais projetos de rodovias foram apresentados ao México?
Destaques incluem BR-040, BR-101, BR-116 e BR-163, com foco em duplicações, manutenção e tecnologias inteligentes.
2. Qual o valor total estimado para os investimentos?
A carteira apresentada ultrapassa R$ 50 bilhões em concessões viárias, segundo o Ministério dos Transportes.
3. Por que o México foi escolhido como parceiro estratégico?
O México possui histórico sólido em concessões rodoviárias e é referência na América Latina em PPPs (Parcerias Público-Privadas).
4. Como os investimentos em rodovias impactam a economia brasileira?
Reduzem o Custo Brasil, melhoram o escoamento da produção e geram empregos diretos e indiretos em todas as regiões beneficiadas.
5. Os contratos seguem a nova Lei de Concessões?
Sim. Os projetos apresentados estão dentro do novo marco legal de concessões, com garantias jurídicas para investidores nacionais e internacionais.