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Ações da Evergrande serão excluídas da Bolsa de Hong Kong após colapso bilionário

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A China Evergrande Group deixará de negociar na Bolsa de Hong Kong na segunda-feira (29), encerrando um histórico de mais de 15 anos no mercado financeiro da cidade.

O fim da listagem marca o ponto mais baixo da que já foi a maior incorporadora imobiliária da China, cujo valor de mercado ultrapassou US$ 50 bilhões (R$ 271 bilhões) antes do colapso provocado por uma dívida de cerca de US$ 300 bilhões.

Endividamento recorde

A empresa cresceu rapidamente ao longo de duas décadas, mas viu a situação se inverter após Pequim introduzir, em 2020, regras que limitaram a alavancagem das construtoras. Para gerar caixa, a companhia passou a oferecer imóveis com grandes descontos e, ainda assim, entrou em default sobre parte de suas dívidas externas.

Em janeiro de 2024, o Tribunal Superior de Hong Kong determinou a liquidação da Evergrande por falta de um plano viável para quitar passivos. Desde então, os papéis estavam suspensos e perderam mais de 99% do valor.

Situação financeira

Liquidantes informaram, neste mês, que a incorporadora ainda deve cerca de US$ 45 bilhões e vendeu apenas US$ 255 milhões em ativos. Eles consideram improvável uma reestruturação completa.

Quando a crise veio à tona, a Evergrande mantinha aproximadamente 1.300 empreendimentos em 280 cidades, além de participações em um fabricante de veículos elétricos e no Guangzhou FC, clube de futebol expulso da liga chinesa neste ano por falta de pagamento de dívidas.

Destino do fundador

O presidente e fundador, Hui Ka Yan, que liderou a lista da Forbes como o mais rico da Ásia em 2017 com fortuna estimada em US$ 45 bilhões, viu seu patrimônio cair para menos de US$ 1 bilhão. Em março de 2024, ele foi multado em US$ 6,5 milhões e proibido vitaliciamente de atuar no mercado de capitais da China após o regulador acusar a empresa de inflar receitas em US$ 78 bilhões.

Efeitos sobre o setor

Analistas afirmam que o colapso da Evergrande simboliza a crise que atinge o mercado imobiliário, responsável por cerca de um terço da economia chinesa e fonte crucial de receita para governos locais. A queda nos preços das residências já supera 30%, impactando a poupança das famílias e reduzindo o consumo.

Outras incorporadoras também enfrentam dificuldades. Neste mês, a China South City Holdings recebeu ordem de liquidação em Hong Kong, enquanto a Country Garden tenta renegociar mais de US$ 14 bilhões em dívidas externas, com nova audiência marcada para janeiro de 2026.

Próximos passos

O processo de falência da Evergrande seguirá em audiência prevista para setembro, quando o tribunal discutirá a distribuição de ativos entre credores.

Economistas observam que, apesar de medidas de estímulo adotadas por Pequim, o governo não sinalizou intenção de resgatar diretamente as incorporadoras, indicando prioridade a setores de alta tecnologia e transição energética.

Com informações de BBC News

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