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São Paulo – As mudanças promovidas pela extrema direita nos Estados Unidos durante o governo Donald Trump tendem a ser irreversíveis e fazem parte de um projeto pensado para durar décadas, avalia o jornalista e escritor norte-americano David A. Graham, da revista The Atlantic. Em entrevista por vídeo concedida na quarta-feira passada (20) à Folha de S.Paulo, Graham disse que o chamado “Projeto 2025” – plano elaborado por conservadores radicais da Fundação Heritage – já provocou demissões em massa no funcionalismo, reduziu a autonomia de agências federais e sufocou órgãos como o Departamento de Justiça.
Graham acaba de lançar no Brasil o livro “O Projeto – Como a extrema direita está transformando os Estados Unidos” (Zahar, selo da Companhia das Letras, 176 páginas, R$ 79,90), no qual disseca as 920 páginas do documento que orienta aliados de Trump. Segundo o autor, o grupo vê o ex-presidente como “instrumento” para avançar uma agenda que inclui poder imperial à Casa Branca, desmonte de regulações ambientais e possível fechamento do Departamento de Educação.
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ToggleConsequências duradouras
Para o escritor, mesmo que futuras gestões revertam decretos, os efeitos estruturais já foram consolidados. “Você demitiu dezenas de milhares de servidores e não conseguirá recontratá-los rapidamente. Será difícil para qualquer presidente abrir mão desses poderes”, afirmou. Graham considera que o próximo ocupante da Casa Branca herdará “um governo muito diferente”.
Tarifas contra o Brasil
O apoio manifestado por Trump a Jair Bolsonaro na disputa tarifária com o Brasil foi classificado por Graham como “desvio de rota” motivado por guerras culturais, sem integrar um plano econômico coerente. Ele chamou de surpresa a sobretaxa de 50% imposta a produtos brasileiros, medida que, segundo o jornalista, estaria condicionada ao arquivamento do processo que envolve Bolsonaro na tentativa de golpe de 2022.
Contradições e improvisos
Embora o Projeto 2025 defenda isolacionismo, Graham observa que, no poder, Trump adota ações externas pontuais, como o envio de navios à Venezuela. O autor descreve essas iniciativas como “improvisadas” e ligadas ao interesse pessoal do ex-presidente em tarifas e reconhecimento público. Ele também citou a obsessão de Trump pelo Prêmio Nobel da Paz como fator que influencia decisões de política externa.
Personagens centrais
Entre os nomes destacados por Graham está Russel Vought, coautor do Projeto 2025 e titular do Escritório de Gestão e Orçamento, considerado estratégico na Casa Branca. O bilionário Elon Musk, que chegou a chefiar uma agência criada para enxugar o governo, foi chamado pelo entrevistado de “idiota útil” depois de ser afastado ao criticar gastos da administração.
Imagem: valor.globo.com
Perspectivas políticas
Mesmo condenado em 2024 por 34 acusações de falsificação de registros empresariais, Trump continua, na visão de Graham, favorito ao pleito presidencial. O jornalista atribui essa vantagem à incapacidade do Partido Democrata de reagir às agendas conservadoras, que exploram termos como “woke” para atacar avanços em direitos civis.
Questionado sobre o senador J. D. Vance, atual vice-presidente, Graham disse que ele poderia ser o sucessor natural em 2028, pois “o grupo é pragmático: importa menos quem lidera, desde que siga as políticas traçadas”.
Com informações de Valor Econômico
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