Ágora Investimentos vê potencial de alta para o Ibovespa apesar de previsão de menor crescimento do PIB em 2026

São Paulo – A Ágora Investimentos avalia que a esperada desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2026 não deve impedir a valorização do Ibovespa. Em relatório, a casa projeta crescimento de 1,5% para a economia naquele ano, mas aponta que a queda da taxa Selic, a partir do fim do atual ciclo de aperto monetário, tende a reduzir o custo de capital e a impulsionar a reprecificação das ações.

Principais projeções econômicas

Para 2026, a Ágora estima:

• PIB: avanço de 1,5%;
• Inflação: entre 4,5% e 5%;
• Selic: recuo de cerca de 3 pontos percentuais, encerrando o ano em 12%.

Relação fraca entre PIB e Bolsa

Segundo o relatório, a correlação histórica entre a expansão do PIB e o desempenho do mercado acionário brasileiro é fraca ou negativa. Fatores como diluição de lucros, composição setorial do índice e representatividade dos lucros em relação ao PIB tornam o Ibovespa menos dependente do ritmo da atividade doméstica.

Razões para otimismo com as ações

A Ágora elenca quatro pontos que sustentam perspectiva positiva para a Bolsa:

• Múltiplos considerados historicamente baixos;
• Dividend yield elevado;
• Fluxo estrangeiro ainda relevante, com entrada de recursos prevista para 2025;
• Cenário eleitoral de 2026, que pode aumentar a volatilidade, mas também antecipar discussões de reformas e reduzir o prêmio de risco.

Setores e papéis em destaque

Entre as oportunidades apontadas, o BBI destaca:

• Small caps negociadas a múltiplos reduzidos, com potencial de valorização quando a Selic cair;
• Setores cíclicos, como consumo, construção e varejo, que tendem a se beneficiar dos juros menores;
• Empresas pagadoras de dividendos, procuradas em períodos de maior incerteza econômica.

Para os analistas, investidores devem acompanhar de perto fundamentos corporativos, trajetória dos juros e comportamento dos preços, priorizando companhias resilientes e com histórico consistente de distribuição de proventos.

Com informações de InfoMoney