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RAFAH, Egito – Caixas de suprimentos médicos com o emblema da Organização Mundial da Saúde (OMS) permaneciam expostas ao sol, sobre um caminhão e um reboque estacionados a poucos metros da passagem de Rafah, após terem sido devolvidas por Israel no domingo (11). Motoristas e funcionários de agências humanitárias ouvidos pela Reuters afirmam que obstáculos burocráticos e restrições impostas por Israel estão retardando a entrada de alimentos e remédios na Faixa de Gaza.
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ToggleFilas e devoluções
Sete trabalhadores do setor de ajuda e três caminhoneiros listaram problemas que vão de falhas em documentos e embalagens a inspeções detalhadas sobre possível uso militar dos itens, além do horário limitado de funcionamento no posto israelense de Kerem Shalom. Um funcionário da OMS disse que o carregamento parado em Rafah foi barrado por conter “medicamentos ilegais”. A autoridade militar israelense responsável pela coordenação da ajuda, COGAT, não explicou por que esses veículos não receberam autorização.
Visita dos Elders
A Reuters esteve na fronteira na segunda-feira (12) em viagem organizada pelos The Elders, grupo de ex-líderes criado por Nelson Mandela que defende a solução de dois Estados. A ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clark, afirmou estar “chocada” ao ver a quantidade de ajuda devolvida.
Promessas e realidade
Após críticas internacionais, Israel anunciou em 27 de julho medidas para aumentar o fluxo de auxílio. Segundo o escritório de mídia do governo de Gaza, controlado pelo Hamas, 1.334 caminhões entraram no enclave desde então, bem abaixo dos 9.000 que chegariam se o limite considerado necessário pelos Estados Unidos — 600 veículos diários — fosse cumprido.
A COGAT sustenta que cerca de 300 caminhões por dia têm passado pelas passagens terrestres “sem limite quantitativo”, a maioria com alimentos. Em meados de julho, contudo, Israel passou a exigir liberação alfandegária para remessas vindas do Egito, o que, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), gerou novos atrasos e custos.
Impacto humanitário
Autoridades de saúde palestinas afirmam que mais de 200 moradores de Gaza morreram de inanição ou fome desde o início da guerra, elevando o total de mortos para mais de 61.000. Israel contesta os números, diz que pelo menos um terço das vítimas são militantes e alega que os dados de mortes por desnutrição estão inflacionados.
Travessia limitada
Com a passagem de Rafah fechada do lado palestino, caminhões egípcios seguem para Kerem Shalom, a cerca de 3 km. O motorista egípcio Kamel Atteiya Mohamed calcula que, dos 200 a 300 veículos que chegam diariamente, apenas 30 a 50 conseguem atravessar. “Dizem que o palete não tem adesivo, está inclinado ou aberto. Não é motivo para devolver”, reclamou.
Imagem: infomoney.com.br
Enquanto motoristas afirmam que Kerem Shalom opera apenas em horário comercial, a COGAT diz que centenas de caminhões aguardam coleta pela ONU no lado palestino.
Depósito de devoluções
Perto da cidade de El Arish, 40 km da fronteira, o Crescente Vermelho Egípcio montou um centro logístico onde ficam itens rejeitados. A Reuters viu tanques de oxigênio, cadeiras de rodas, pneus e caixas com geradores e kits de primeiros socorros provenientes de doadores de países como Luxemburgo e Kuwait. Trabalhadores humanitários dizem que esse tipo de recusa é frequente.
Organizações impactadas
O Programa Mundial de Alimentos informou que apenas 73 dos 400 caminhões enviados desde 27 de julho chegaram ao destino. A agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA) está impedida de transportar ajuda para Gaza desde março. Relatório do OCHA de 6 de agosto destaca que nenhum material de abrigo entra no enclave desde 2 de março, tornando os preços locais proibitivos.
Segundo a OMS, o caminhão e o reboque vistos parados em Rafah faziam parte de três veículos rejeitados no domingo. O manifesto incluía bolsas de drenagem de urina, iodo, emplastros e suturas.
Com informações de InfoMoney
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