Alckmin quer aprovação “rápida” do Congresso para pacote que compensa tarifaço dos EUA

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (16) esperar que o Congresso Nacional aprove com celeridade o conjunto de medidas elaborado pelo governo federal para socorrer empresas brasileiras afetadas pelo recente “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos.

O pacote chegou ao Legislativo em duas frentes. Uma medida provisória (MP), já em vigor por 120 dias a partir da assinatura presidencial, estabelece as linhas gerais das ações de apoio. Paralelamente, um projeto de lei complementar (PLP) protocolado pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), retira R$ 9,5 bilhões em despesas da meta fiscal de 2025 e 2026, condição considerada essencial para a execução das compensações.

“A MP já está valendo, mas o PLP precisa ser aprovado e temos a expectativa de que isso ocorra rapidamente, porque um depende do outro”, declarou Alckmin durante visita a uma concessionária em Brasília.

Resposta a críticas de Trump

Questionado sobre a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que o Brasil seria um “péssimo” parceiro comercial, Alckmin rebateu. “Não há parceiro melhor. Dos países do G20, só três geram superávit comercial para os Estados Unidos: Austrália, Reino Unido e Brasil. Não há justificativa para essa afirmação”, disse. Ele acrescentou que o governo brasileiro continuará a dialogar com Washington.

O vice-presidente também comentou o cancelamento, por parte do secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, de reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no mesmo dia em que Bessent teria encontrado o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). “Lamentamos que maus brasileiros trabalhem contra o interesse do país, de maneira injusta”, afirmou.

Programa Carro Sustentável

A agenda de Alckmin na capital federal incluiu inspeção a uma revendedora participante do Programa Carro Sustentável, que zera o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos de energia limpa fabricados no Brasil. Segundo dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) citados pelo vice-presidente, as vendas desses modelos cresceram mais de 16% em julho deste ano em comparação com o mesmo mês de 2024. Ele estima que os números de agosto serão ainda maiores, já que o incentivo entrou em vigor em 11 de julho.

Com informações de Valor Econômico