Ativista destaca educação climática nas escolas como ferramenta contra desastres

Rio de Janeiro — A líder de Realidade Climática Graça Carlos afirmou neste domingo (17) que a inclusão da educação climática no currículo escolar é fundamental para reduzir os danos causados por eventos extremos. A declaração foi feita no último dia de treinamento de cerca de 800 novos líderes ambientais, realizado em um hotel na Barra da Tijuca.

“A política nacional de educação ambiental tem 25 anos, mas não trata da emergência climática. Precisamos de algo institucional para enfrentar esse problema”, disse Carlos, que integra a rede internacional The Climate Reality Project, fundada pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore.

Experiência no Ceará

Durante o painel “Conversa com nossos líderes climáticos”, a ativista detalhou a elaboração da Lei 18.955, aprovada no Ceará, que introduz a educação climática nas escolas públicas do Estado. O texto foi construído em parceria com o deputado estadual Renato Roseno (PSOL-CE) e levou 12 meses para ser aprovado na Assembleia Legislativa.

Segundo Carlos, o processo começou com um mapeamento da legislação ambiental cearense e dos parlamentares ligados a meio ambiente, direitos humanos e educação. “É corrido, mas quando termina a gente quer fazer outra lei. Aprende-se o caminho e vê-se que é possível”, afirmou.

Reconhecimento e apoio de Al Gore

Pelo trabalho, Graça Carlos recebeu o Prêmio Green Ring Memorial Alfredo Sirkis, concedido a personalidades que se destacam na defesa do clima. No evento, Al Gore elogiou a brasileira e brincou que a levaria para discutir o tema com o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Para a ativista, a educação climática teria ajudado a minimizar os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul em 2024, quando moradores ficaram isolados em telhados à espera de resgate. “As pessoas poderiam reconhecer os sinais, manter distância das áreas de risco e evitar a destruição das matas ciliares”, ressaltou.

Com informações de Valor Econômico