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São Paulo – O Banco do Brasil informou nesta sexta-feira (15) lucro líquido de R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), queda de 60% em relação ao mesmo período do ano passado e abaixo do consenso já revisado pelo mercado. O resultado, afetado pelo avanço da inadimplência e pelo aumento das provisões, levou o retorno sobre o patrimônio (ROE) a 8,2%, o menor nível desde 2016.
Na abertura do pregão, às 10h10, as ações ordinárias BBAS3 recuavam 2,22%, cotadas a R$ 19,41. Pouco depois, às 10h21, o papel reduziu a perda para 0,91% (R$ 19,67) e, às 11h33, virou para alta de 1,76%, sendo negociado a R$ 20,20.
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TogglePressão da carteira agrícola e de PMEs
Durante teleconferência com analistas, o CFO Giovanne Tobias reconheceu que 2025 será “um ano de ajuste”, com expectativa de recuperação apenas a partir de 2026. Segundo ele, a carteira de crédito agrícola concentrou a maior parte das provisões no trimestre, enquanto a inadimplência também avançou em pequenas e médias empresas, principalmente em operações renegociadas.
No agronegócio, a inadimplência chegou a 3,49%, alta de 0,45 ponto percentual (p.p.) em relação ao 1T25 e de 2,17 p.p. na comparação anual, puxada pelas cadeias de soja e milho no Centro-Oeste. O índice de atrasos de até 30 dias (NPL 30) avançou de 4,1% para 5,5%, indicando que o custo de crédito poderá permanecer elevado no 3T25.
O custo de crédito totalizou R$ 15,9 bilhões, salto de 104% em 12 meses e de 57% frente ao trimestre anterior. O banco também registrou R$ 1,2 bilhão em despesas não recorrentes ao aderir ao Programa de Transação Tributária, quase compensadas por ganho tributário de R$ 1,1 bilhão, resultando em impacto líquido de R$ 72 milhões.
Guidance revisto e payout menor
O Banco do Brasil revisou suas projeções para 2025. A estimativa de lucro líquido passou a variar de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões, faixa considerada em linha com as expectativas de analistas. Para a carteira de crédito, a previsão de crescimento foi reduzida de 5,5%–9,5% para 3%–6%.
O payout, percentual do lucro destinado a dividendos, caiu de 45% para 30%. Com isso, o banco projeta um dividend yield próximo de 6%, assumindo o ponto médio do guidance de lucro. A instituição manteve o foco na preservação de capital diante da pressão regulatória prevista para 2026.
Margem financeira e receitas
A margem financeira bruta somou R$ 25,06 bilhões, recuo de 1,9% em doze meses, mas aumento de 4,9% sobre o 1T25, sustentada pelo crescimento de 7,6% nas receitas de crédito e de 13,9% na tesouraria. O guidance para receitas de tarifas permaneceu estável, com ênfase em serviços de estruturação.
Imagem: infomoney.com.br
Visão dos analistas
Para a XP Investimentos, o desempenho fraco era esperado, mas os dados divulgados pelo Banco Central em maio já indicavam um trimestre abaixo dos R$ 5 bilhões inicialmente previstos. Itaú BBA e Bradesco BBI mantiveram postura cautelosa, citando a deterioração da qualidade de crédito mesmo após a correção recente das expectativas. A Genial destacou quatro pontos negativos: inadimplência persistente no agronegócio, aumento de atrasos em PF e PMEs, forte alta do custo de crédito e impacto da resolução 4.966 sobre reconhecimento de receitas.
Na avaliação da Suno Research, a forte queda do lucro e o menor pagamento de dividendos tornam provável uma reação de curto prazo mais cautelosa do mercado, apesar de alguns múltiplos considerados atrativos.
O banco acredita que o segundo semestre apresentará lucro ligeiramente superior ao primeiro, com desempenho do 3T25 semelhante ou um pouco melhor que o do 2T25, e um 4T25 mais próximo do 1T25.
Mesmo após um trimestre considerado fraco, parte dos analistas vê os números já refletidos nos preços, reduzindo a possibilidade de novos ajustes negativos significativos nas ações.
Com informações de InfoMoney
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