Banco do Brasil apresenta resultados do 2º trimestre nesta quinta; crédito rural segue no radar

O Banco do Brasil (BBAS3) divulga o balanço do segundo trimestre de 2025 após o encerramento do pregão desta quinta-feira (14). Analistas consultados por diferentes instituições preveem a continuidade — e até o agravamento — das pressões já observadas no início do ano.

Após o resultado do primeiro trimestre, casas como Goldman Sachs, JPMorgan e XP revisaram suas projeções, e o papel acumula queda próxima de 30% desde então. Mesmo assim, o Morgan Stanley mantém postura cautelosa, enquanto o Goldman Sachs reduziu o preço-alvo para a ação.

Crédito rural concentra maior preocupação

Responsável por cerca de 30% da carteira do banco, o segmento de crédito rural permanece como o principal ponto de atenção. Para o Goldman, a necessidade de provisões mais robustas deve afetar o lucro trimestral, estimado em R$ 4,9 bilhões — 15% abaixo do consenso Bloomberg.

A XP lembra que, embora a exposição histórica ao agronegócio costume resultar em menor inadimplência, a deterioração recente tornou o setor um vetor negativo. A corretora avalia que mudanças estruturais em curso podem demorar a se reverter, mesmo com eventual melhora do ciclo agrícola.

Dividendo pode encolher

Em prévia sobre o trimestre, a Genial Investimentos aponta a possibilidade de o payout cair abaixo da faixa de 40% a 45% registrada nos últimos anos, numa estratégia de preservação de capital. Para 2026, a corretora já considera impactos adicionais de 1 ponto percentual de capital com o fim do Programa de Capital de Giro para Preservação de Empresas, a aplicação da Resolução nº 4.966, o aumento de risco operacional programado e a devolução de instrumento híbrido.

Números esperados pelo mercado

Projeções da LSEG indicam:

• Lucro líquido: R$ 5,279 bilhões;
• Receita: R$ 12,424 bilhões;
• Dividendos por ação: R$ 0,25 (ante R$ 0,48 distribuídos no 1º trimestre).

O balanço será divulgado depois do fechamento do mercado. Os dados oficiais trarão detalhes sobre a saúde da carteira de crédito, nível de provisões e política de distribuição de resultados.

Com informações de InfoMoney