AJUDE O PORTAL | COMPARTILHE EM SEUS GRUPOS
A administração do presidente Donald Trump discute formas de exercer maior influência sobre os 12 bancos regionais do Federal Reserve (Fed) depois de anunciar, na segunda-feira (25), a destituição da governadora Lisa Cook. Caso a demissão seja mantida pela Justiça, Trump poderá formar maioria no Conselho de Governadores, composto por sete membros.
O Federal Open Market Committee (FOMC), responsável por definir a taxa básica de juros dos Estados Unidos, reúne também cinco presidentes de bancos regionais. Diferentemente dos governadores, esses dirigentes não são indicados pela Casa Branca nem passam por sabatina no Senado. Por isso, a equipe de Trump passou a examinar o processo de escolha e renovação de mandato desses presidentes, tarefa dividida entre os conselhos privados das próprias regionais e o Conselho de Governadores em Washington.
Em fevereiro, o Conselho precisará ratificar a lista atual de presidentes num ciclo quinquenal obrigatório, evento que ganhou destaque após o anúncio sobre Cook, acusada pelo governo de fraude hipotecária. A economista pretende recorrer, informou seu advogado na terça-feira (26).
Segundo fontes ouvidas pela reportagem, vários presidentes regionais do Fed manifestaram preocupação ainda no início do verão norte-americano sobre o impacto dos planos de Trump em seus cargos. A inquietação aumentou após a declaração de segunda-feira, levando alguns deles a trocarem mensagens para avaliar o cenário.
O Fed preferiu não comentar o tema, e a Casa Branca não respondeu aos pedidos de esclarecimento. Pessoas próximas ao governo afirmam que o objetivo não é tornar a política monetária mais frouxa, mas revisar o critério de seleção dos presidentes regionais, justamente por não haver confirmação pelo Senado.
Risco à independência do banco central
A ex-vice-presidente do Fed Lael Brainard classificou a iniciativa de substituir dirigentes regionais como “um ataque sem precedentes” à independência da instituição, alertando que a medida pode pressionar a inflação e elevar os juros de longo prazo.
Desde que retornou à Casa Branca, Trump vem exigindo cortes de juros. O Fed, sob a presidência de Jerome Powell, manteve a taxa estável ao longo deste ano, citando o risco de alta de preços provocada pelas tarifas impostas pelo próprio governo.
Imagem: Stefani Reynolds via valor.globo.com
O mandato de Powell termina em maio. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, conduz entrevistas para escolher o sucessor. Candidatos preteridos para a presidência do Fed podem ser cogitados para assumir postos de chefia em regionais, afirmam fontes ligadas ao processo. Ainda não está claro como nomes apoiados pela Casa Branca conseguiriam esses cargos, uma vez que a seleção é feita pelos conselhos diretores das regionais.
Cada conselho é formado por três classes de diretores. Somente as classes B e C participam da escolha do presidente: três diretores da classe B são eleitos pelos bancos membros do distrito, enquanto três da classe C são nomeados pelo Conselho de Governadores. Apesar de algumas regionais divulgarem eventos públicos para aumentar a transparência das buscas, o processo segue majoritariamente reservado.
Entre os argumentos da equipe econômica de Trump estão falhas do Fed na supervisão da economia antes da crise de 2008, a resposta considerada tardia ao surto inflacionário de 2021-22 e o colapso do Silicon Valley Bank e de outras instituições em 2023.
Com informações de Valor Econômico
UTILIZE NOSSAS CALCULADORAS GRATUITAS
Calculadora Simulação de Empréstimos e Financiamentos - Gratuita
Calculadora Simulação de Investimentos - Gratuita
Calculadora de Correção de Valores - IGP-M - IPCA - SELIC - Gratuita