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Cerca de 7,5 milhões de eleitores bolivianos vão às urnas neste domingo (data local) para escolher o novo presidente. Levantamentos indicam liderança de dois nomes ligados à centro-direita, abrindo a possibilidade de ruptura com o atual modelo estatal que vigora há 19 anos.
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ToggleEmpate técnico entre Doria Medina e Quiroga
Pesquisa Ipsos/Ciesmori aponta Samuel Doria Medina (Aliança Unidade) com 21,2% das intenções de voto, seguido de perto por Jorge “Tuto” Quiroga (Aliança Livre), que tem 20,0%. O cenário sugere segundo turno, já que nenhum candidato se aproxima dos 50% exigidos para vitória direta.
Os demais concorrentes aparecem distantes: Rodrigo Paz Pereira (PDC) 8,3%; Manfred Reyes Villa (APB-Súmate) 7,7%; Andrónico Rodríguez (Aliança Popular) 5,5%; Jhonny Fernández (Aliança Força do Povo) 2,0%; Eduardo Del Castillo (MAS) 1,5%; Pavel Aracena (ADN) 0,5%; e Eva Copa (Morena) 0,2%. Brancos, nulos e indecisos somam 30%.
Esquerda dividida e crise econômica
O presidente Luis Arce (MAS) desistiu da tentativa de reeleição em maio, em meio a inflação anual de 25% — bem acima da meta de 7,5% —, déficits fiscais elevados e queda estrutural na produção de gás. O ex-mandatário Evo Morales, impedido de concorrer pela Justiça Eleitoral, criou novo partido e defende voto nulo.
Divergências internas se somam a problemas macroeconômicos: reservas cambiais praticamente esgotadas, diferença de 80% entre câmbio oficial e paralelo e expansão do uso de criptomoedas no dia a dia. Economistas sugerem corte gradual de subsídios aos combustíveis, enxugamento da folha pública e revisão de gastos de capital.
Quem são os dois favoritos
Samuel Doria Medina, bilionário do setor hoteleiro e franqueado do Burger King e Subway, foi ministro do Planejamento nos anos 1990, período de privatizações. Após derrotas nas eleições de 2005, 2009 e 2014, promete maior aproximação com os Estados Unidos e com o ex-presidente Donald Trump.
Jorge “Tuto” Quiroga chegou à vice-presidência em 1997 e assumiu a Presidência em 2001, concluindo o mandato até 2002. Engenheiro industrial com mestrado em Administração no Texas, defende corte do tamanho do Estado, privatizações — possivelmente incluindo a petroleira YPFB — e distanciamento de Venezuela, Cuba e Irã. Avalia manter a Bolívia nos BRICS por razões comerciais com Índia e China e propõe aliança regional para explorar lítio com Argentina e Chile.
Eleitores no exterior
Ao todo, 370 mil bolivianos votam fora do país. A Argentina concentra 160 mil eleitores, seguida por Espanha (82 mil), Brasil (47 mil), Chile (44,8 mil) e Estados Unidos (pouco mais de 15 mil). Esses cinco países representam 95% do eleitorado externo.
Possível mudança no Estado Plurinacional
A vitória de um dos candidatos de centro-direita pode levar ao abandono do Modelo Econômico Social Comunitário Produtivo (MESCP) — baseado na atuação estatal em setores estratégicos — em favor de um formato liberal, com abertura ao capital privado e ampla agenda de privatizações. Há também debate sobre substituir o Estado Plurinacional, implantado a partir de 2009, por uma estrutura republicana com menos burocracia.
O resultado do primeiro turno indicará se a população boliviana endossa essa guinada ou prolonga a disputa até o segundo turno previsto no calendário eleitoral.
Com informações de InfoMoney
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