China planeja estender mercado de carbono a grandes indústrias até 2030

O governo chinês anunciou que pretende ampliar seu sistema de comércio de emissões para setores industriais de maior porte e, até 2030, estabelecer um mercado de redução de carbono voluntário, transparente, padronizado e alinhado a práticas internacionais.

A meta consta de um documento divulgado nesta segunda-feira (25) pelo Comitê Central do Partido Comunista e pelo Conselho de Estado. Segundo o texto, a expansão do mercado faz parte da estratégia para que o país alcance o pico de emissões de gases de efeito estufa antes do fim desta década, compromisso assumido pelo presidente Xi Jinping.

Nos últimos anos, a China recorreu ao aumento da geração elétrica a carvão durante os meses de inverno, movimento que contribuiu para o agravamento da poluição do ar em grandes centros urbanos. A criação de um esquema nacional mais amplo de créditos de carbono busca reforçar mecanismos de controle e incentivar fontes de energia menos poluentes.

De acordo com o documento oficial, o novo mercado voluntário deverá seguir padrões internacionalmente reconhecidos de mensuração, relato e verificação de emissões. O plano prevê ainda a adoção de diretrizes unificadas para registro de transações e certificação de créditos, com o objetivo de garantir maior credibilidade às reduções negociadas.

Os ministérios e agências setoriais envolvidos terão de detalhar cronogramas, critérios de participação e procedimentos de supervisão. A expectativa é que indústrias de aço, cimento, produtos químicos e geração de energia sejam incorporadas gradualmente ao sistema.

Analistas apontam que a medida pode fortalecer o papel da China no combate às mudanças climáticas, ao mesmo tempo em que cria novas oportunidades de financiamento verde para empresas que invistam em tecnologias de baixo carbono.

Com informações de Valor Econômico