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O Citigroup está estruturando uma operação inédita de troca de dívida que pode chegar a US$ 1 bilhão para financiar a reconstrução da Ucrânia, informaram pessoas familiarizadas com o assunto. A proposta permitiria que a estatal de transmissão de energia, NPC Ukrenergo, refinanciasse parte de seus passivos em condições mais vantajosas e direcionasse a economia obtida à recuperação da rede elétrica, alvo frequente de ataques russos.
Segundo as fontes, o banco de Wall Street consulta investidores desde o fim de 2024 e pretende concluir a emissão entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão até maio. A estrutura, batizada de “dívida por reconstrução”, seria a primeira do tipo organizada por um banco de investimento e marcaria a estreia do Citi no mercado de swaps de dívida com características ambientais, sociais e de governança (ESG), segmento que já conta com JPMorgan, Standard Chartered e MUFG.
A iniciativa ganhou forma logo após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, em novembro, quando o então presidente eleito prometeu buscar um desfecho rápido para a guerra. Mesmo assim, o apetite de investidores permanece incerto diante do avanço dos ataques russos e da volatilidade no cenário ucraniano. Conversas agendadas entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin podem influenciar o andamento da operação.
O Banco Mundial calcula em US$ 524 bilhões o custo total de reconstrução do país após mais de três anos de conflito. De acordo com as fontes, o Citi vê na transação uma oportunidade de garantir espaço em um dos maiores programas de financiamento global previstos para os próximos anos.
Porta-vozes do Citigroup, da Ukrenergo e do Ministério da Energia da Ucrânia não comentaram o assunto.
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ToggleUnião de esforços públicos e privados
Se avançar, a operação deve contar com a participação da Corporação Financeira Internacional para o Desenvolvimento (DFC), agência do governo dos EUA que já forneceu seguro contra risco político em acordos semelhantes realizados em Belize, Equador, El Salvador e Gabão. Trump sinalizou intenção de utilizar a DFC para alavancar interesses americanos no exterior, inclusive em projetos de exploração de recursos naturais ucranianos.
O Citigroup é o único grande banco norte-americano que manteve presença contínua na Ucrânia desde o início da guerra e hoje atende cerca de 500 clientes no país, entre eles o governo. Além da proposta de swap, o banco já assinou com o Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) uma linha rotativa de US$ 100 milhões para ampliar a oferta de hryvnias a empresas locais e trabalha, junto à DFC, na criação de um mercado hipotecário doméstico.
Imagem: um ataque de míssil russo via infomoney.com.br
Reestruturações em curso
O governo ucraniano e estatais vêm recorrendo a renegociações para liberar recursos voltados à resistência e à reconstrução. Em 2024, Kiev reestruturou US$ 20,5 bilhões em títulos soberanos e ainda precisa tratar de US$ 2,6 bilhões em bônus vinculados ao crescimento econômico, além de um empréstimo de US$ 700 milhões com a Cargill Financial Services. Paralelamente, a Ukrenergo reorganiza US$ 825 milhões em papéis, enquanto a companhia ferroviária estatal contratou consultores para revisar sua dívida.
A chefe de banco de setor público do Citi até meados de 2024, Julie Monaco, declarou em junho que o banco espera “grande oportunidade” de negócios quando o conflito terminar. Sua sucessora, Stephanie von Friedeburg, afirmou em 2025 que a instituição busca criar um pipeline de operações de “dívida por desenvolvimento”, voltadas a projetos de segurança alimentar, energética, saúde e educação.
As negociações sobre o swap de dívida seguem em andamento, sem prazo definitivo para conclusão.
Com informações de InfoMoney
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