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Conflito entre Trump e Fed desperta receios sobre independência do banco central dos EUA

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O ex-presidente norte-americano Donald Trump afirmou que demitirá a governadora do Federal Reserve, Lisa Cook. A economista, que ocupa assento no conselho do banco central, declarou que não pretende deixar o cargo e ameaça recorrer à Justiça, possibilidade que pode chegar até a Suprema Corte dos Estados Unidos.

A disputa amplia o debate sobre a autonomia do Federal Reserve, instituição criada em 1913 e responsável por definir a política monetária do país. Desde o fim da década de 1970, o Fed atua com duplo mandato: manter a estabilidade de preços e promover o máximo de emprego possível. A independência garante que decisões sobre juros não dependam de aval do Congresso nem da Casa Branca.

Pressão por cortes de juros

Há meses, Trump pressiona abertamente a autoridade monetária por reduções nas taxas de juros, argumento que, segundo ele, estimularia a economia e baratearia o endividamento do governo. O republicano tem direcionado críticas frequentes ao presidente do Fed, Jerome “Jay” Powell, chamando-o de “atrasado” e até de “cabeça-oca”.

Embora embates entre presidentes e o banco central não sejam inéditos — na década de 1960, Lyndon Johnson chegou a empurrar o então chair William McChesney Martin contra a parede durante discussão sobre juros —, economistas destacam que a atual ofensiva vai além dos ataques verbais. Trump sinaliza intenção de remodelar todo o conselho da instituição para incluir membros alinhados a suas posições políticas, movimento que inquieta investidores.

Riscos de interferência política

Especialistas alertam que subordinar a política monetária a objetivos políticos de curto prazo pode trazer consequências. Cortes de juros tendem a oferecer estímulo imediato, comparado a um “pico de açúcar” na economia, mas podem provocar inflação mais alta, instabilidade nos mercados e elevação dos custos de crédito no médio prazo.

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Imagem: bbc.com

Em 2010, o então chair Ben Bernanke advertiu que interferências dessa natureza poderiam alimentar ciclos de “boom e bust” e dificultar o controle dos preços. A credibilidade do Fed — e, por extensão, dos títulos do Tesouro dos EUA, considerados porto seguro global — é vista como pilar do sistema financeiro internacional. Caso investidores questionem essa confiança, os custos de financiamento para Washington podem subir, com reflexos em ativos ao redor do mundo.

Até o momento, os mercados têm reagido com relativa calma às declarações de Trump, mas analistas reconhecem que a percepção pode mudar rapidamente. Para muitos, a autonomia do Federal Reserve permanece um dos fundamentos da estabilidade econômica norte-americana, agora sob novo teste.

Com informações de BBC News

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