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Copenhague – A PostNord, operadora postal estatal da Dinamarca, anunciou que encerrará a distribuição de cartas em todo o território nacional no fim de 2024, colocando ponto final em um serviço iniciado há mais de quatro séculos.
A decisão foi comunicada em março e prevê o corte de 2.200 postos de trabalho na área deficitária de correspondências. Paralelamente, a empresa planeja criar 700 vagas na divisão de encomendas, seu segmento mais lucrativo.
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ToggleQueda histórica no volume de cartas
Desde 2000, o número de cartas processadas pela PostNord despencou mais de 90%, passando de 1,4 bilhão para 110 milhões em 2023. Hoje, em média, cada dinamarquês recebe apenas uma carta por mês, segundo o diretor-executivo da companhia, Kim Pedersen.
O processo foi acelerado pela digitalização massiva dos serviços públicos e privados no país, que ocupa a segunda posição no Índice de Governo Digital 2023 da OCDE. Entre os fatores que contribuíram para a queda está também o custo para enviar uma carta: com a abertura do mercado postal à concorrência e a inclusão do serviço no IVA de 25%, o preço do selo da PostNord subiu para 29 coroas dinamarquesas (US$ 4,55).
Infraestrutura encolhe
Dois terços das antigas centrais de triagem já foram fechados; resta apenas um centro nos arredores de Copenhague. Além disso, 1.500 tradicionais caixas de correio vermelhas estão sendo retiradas das ruas.
Substituição pelo setor privado
Com a saída da PostNord, a distribuidora privada DAO assumirá a entrega nacional de cartas a partir de 2026. A empresa, que já leva jornais, revistas e encomendas a todo o país, entregou 21 milhões de cartas em 2023 e espera adicionar entre 30 e 40 milhões à sua carga anual após a transição. Para isso, instalará uma nova máquina de triagem e contratará cerca de 250 funcionários, elevando o quadro atual de 2.500 pessoas.
Imagem: bbc.com
DAO afirma cobrir inclusive áreas rurais, mas o sindicato 3F Postal Union e a organização de defesa dos idosos DaneAge temem que o serviço em regiões remotas e para públicos vulneráveis piore com a mudança.
Tendência além das fronteiras
A redução no envio de correspondências físicas é observada em toda a Europa: estudo da consultoria McKinsey aponta queda de 50% a 70% no volume de cartas desde 2008 na maioria dos países, enquanto Alemanha e Suíça registram retração de 40%. Nos Estados Unidos, o recuo chega a 46%. Empresas como a alemã Deutsche Post, que cortará 8.000 vagas, e o britânico Royal Mail, que reduzirá a frequência de entregas de segunda classe, também adotam medidas de contenção.
Apesar da drástica redução, ainda há quem valorize o envio de correspondência tradicional. Moradora de Copenhague, Jette Eiring Williams diz continuar escrevendo cartas para a filha que vive no exterior, apreciando o “toque físico” que o meio digital não fornece.
Com informações de BBC
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