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Dados econômicos devem ditar fôlego do rali dos Treasuries após sinal de corte do Fed

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O discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na sexta-feira (22), durante o Simpósio de Jackson Hole, desencadeou um forte movimento de compra de títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Ao admitir que os riscos para o mercado de trabalho podem requerer um ajuste nos juros, o dirigente indicou a possibilidade de redução da taxa básica já na reunião de setembro, após oito meses de estabilidade.

A reação imediata elevou os preços dos Treasuries e ampliou o diferencial entre os rendimentos de curto e de longo prazo ao maior patamar em quatro anos – um comportamento típico quando o banco central sinaliza postura mais acomodatícia.

No mercado futuro, as apostas apontam cerca de 80% de probabilidade de um corte de 0,25 ponto percentual no próximo encontro do Fed. Apesar do otimismo, operadores mantêm cautela quanto à duração do ciclo de afrouxamento monetário.

Mesmo com a valorização de sexta-feira, as taxas dos títulos ainda não retornaram aos pisos registrados no início de agosto, pois investidores aguardam os próximos indicadores de emprego e inflação antes de ampliar posições.

O banco central lida com sinais mistos: a desaceleração do mercado de trabalho contrasta com o risco de aceleração de preços gerado pelas tarifas adotadas pelo governo de Donald Trump. Nesta semana, a divulgação do deflator do PCE, métrica preferida do Fed para a inflação, poderá indicar se as pressões permanecem elevadas. Também serão realizados leilões de papéis de dois, cinco e sete anos, teste adicional para a demanda dos investidores.

Analistas lembram que, no ano passado, o Fed iniciou a flexibilização mas interrompeu o processo em janeiro, quando a atividade mostrou força inesperada – cenário que não pode ser descartado agora.

“Powell consolidou a expectativa de corte em setembro, mas a trajetória dos próximos seis meses continua imprevisível”, avalia Gregory Peters, codiretor de investimentos da PGIM Fixed Income, ao destacar que o ambiente de dados contraditórios deve manter a curva de juros volátil.

Na sexta-feira, o rendimento da T-note de dois anos, mais sensível à política monetária, recuou cerca de 10 pontos-base, para 3,7%, nível próximo ao mínimo de agosto. Nos contratos de swap, o mercado embute duas reduções de 0,25 ponto até o fim do ano e uma probabilidade residual de um terceiro corte.

Para John Briggs, chefe de estratégia de renda fixa da Natixis North America, esperar algum relaxamento é justificado, mas precificar mais de dois cortes e meio antes do próximo relatório de emprego “parece excessivo”.

Com informações de Valor Econômico

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