Demanda por treinadores comportamentais cresce com a rápida transformação do mercado de trabalho

A aceleração tecnológica e a digitalização estão redefinindo perfis profissionais em todo o mundo. Segundo a edição mais recente do Future of Jobs Report, do Fórum Econômico Mundial (WEF), 22% dos empregos atuais devem passar por mudanças até 2030, com 14% de novas posições sendo criadas e 8% eliminadas, resultando em um avanço líquido de 7%.

Entre as empresas consultadas, 60% apontam o acesso digital ampliado como o principal agente de transformação, seguido por automação e energia limpa. Nesse ambiente, a qualificação constante passa a ser indispensável, avalia André Kaercher, CEO do Instituto Kaercher e especialista em treinamentos comportamentais.

Perfil do profissional também evolui

Kaercher observa que o próprio treinador comportamental precisa se atualizar para atender às novas exigências do mercado corporativo. “Os participantes buscam treinamentos de alto desenvolvimento; não basta focar apenas na parte técnica”, afirma.

O treinador comportamental trabalha para superar limitações emocionais, crenças ou lacunas de competência, além de orientar o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Não há exigência de formação acadêmica específica, mas compromisso com aprendizado contínuo é fundamental. Competências como empatia, comunicação eficaz, resiliência e autoconsciência são consideradas essenciais.

Mercado bilionário em expansão

Estimativas da Verified Market Reports indicam que a indústria global de treinamentos movimentou US$ 3,2 bilhões em 2024 e pode chegar a US$ 6,5 bilhões em 2033, com taxa média anual de crescimento (CAGR) de 8,5% entre 2026 e 2033. A International Coaching Federation registrou aumento de 54% no número de profissionais ativos entre 2019 e 2022, evidenciando a expansão do setor.

Além do crescimento quantitativo, há diversificação de nichos, como coaching de vida, executivo, de carreira e voltado à saúde, reforçando a procura por serviços especializados. Para Kaercher, o foco nas soft skills tende a se intensificar à medida que a tecnologia altera processos de trabalho, tornando a orientação comportamental um diferencial competitivo para profissionais e empresas.

Com informações de Valor Econômico