...

Desaceleração de vendas no varejo acende sinal de cautela entre investidores, aponta Itaú BBA

Imagem destacada - Desaceleração de vendas no varejo acende sinal de cautela entre investidores, aponta Itaú BBA

AJUDE O PORTAL | COMPARTILHE EM SEUS GRUPOS

Analistas do Itaú BBA voltaram a ligar o alerta para o varejo brasileiro após dois meses seguidos de arrefecimento nas vendas, captados pelo Itaú Daily Activity Tracker (Idat), indicador que acompanha transações em tempo real na economia.

Período de junho e julho preocupa

Segundo o banco, maio registrou crescimento forte, porém o ritmo perdeu força em junho. A expectativa de que a queda fosse pontual não se confirmou, já que julho manteve o mesmo viés de enfraquecimento. O cenário leva o Itaú BBA a prever meses mais fracos no segundo semestre, sobretudo para companhias de consumo listadas na B3.

Com o ambiente menos favorável, investidores têm reduzido exposição ao setor, levando as ações de varejistas a voltar a negociações em múltiplos de preço sobre lucro de um dígito.

Setor de vestuário lidera recuo

O Idat-vestuário apontou avanço de 3% em julho na comparação anual, abaixo dos 7% de junho e dos 9% do segundo trimestre de 2025 (2T25). Entre as empresas:

  • Lojas Renner (LREN3): alta de 2,7%, 7,5 pontos percentuais (p.p.) menor que no 2T;
  • C&A (CEAB3): aumento de 2,6%, retração de 5,7 p.p.;
  • Guararapes (GUAR3), controladora da Riachuelo: crescimento menor, com impacto reduzido do inverno, o que pode suavizar a desaceleração no 3T.

Centauro e Fisia também apresentaram quedas superiores a seis p.p. ante o 2T, mas a análise destaca investimentos da Centauro em lojas e atendimento como suporte para melhora futura.

Farmácias mantêm ritmo, mas margem segue em foco

O ramo farmacêutico perdeu fôlego em relação ao 2T, ainda que tenha repetido o desempenho de junho. A venda de medicamentos da classe GLP-1, usados para diabetes e obesidade, continua sustentando a receita.

  • Raia Drogasil (RADL3): avanço de 6,2% em julho, ante 7,9% no 2T; a margem bruta permanece no radar após recuo de 1,1 p.p. no trimestre, parcialmente compensado por controle de despesas.
  • Panvel (PNVL3) e Pague Menos (PGMN3) também desaceleraram, mas seguem ganhando participação de mercado.

Cosméticos, joias e academias

No segmento de cosméticos, o crescimento foi de apenas 0,4% em julho frente ao mesmo mês de 2024, contra 2,9% no 2T. O Itaú BBA avalia que a Natura (NATU3) deve enfrentar base de comparação mais alta em agosto e setembro, projetando avanço de dígito baixo a médio no 3T25.

O setor de joias subiu 5,4% em julho, ante 9,8% no 2T. A Vivara continua ganhando mercado, com desempenho positivo na margem bruta.

Para academias, o Idat-academias registrou alta de 5,1% em julho, frente a 7,8% no 2T. A Smart Fit (SMFT3) deve superar o índice, com expectativa de crescimento próximo de 25% no 3T25, apoiada por maior peso do serviço TotalPass, reajustes de preços e ações de gestão de faturamento.

Materiais de construção, móveis e eletrodomésticos

O índice Idat-LJQQ — que engloba materiais de construção, móveis e eletrodomésticos — recuou 8,6% em julho na comparação anual. Dentro do grupo:

  • Materiais de construção caíram 4,9%;
  • Móveis e eletrodomésticos encolheram 10,2%.

A expectativa é que a Casas Bahia (BHIA3) supere a média do setor, embora possa reportar vendas em mesmas lojas negativas no 3T25 devido à base de comparação mais elevada.

Metodologia do indicador

O Idat considera pagamentos com cartões de crédito e débito, transferências via Pix e operações de crédito. Segundo o Itaú BBA, as plataformas do banco reúnem cerca de 20% de todas as transações realizadas no país, permitindo monitorar o desempenho setorial antes dos dados oficiais.

Com informações de InfoMoney

Disclaimer

As informações disponibilizadas no Portal Finanças e Futuro (https://financasefuturo.com.br) têm caráter exclusivamente informativo e educativo. Todo o conteúdo publicado reflete opiniões e análises baseadas em estudos e experiências pessoais, e não constitui recomendação formal de investimentos, consultoria financeira, contábil, jurídica ou qualquer outro tipo de aconselhamento profissional.

Reforçamos que o mercado financeiro envolve riscos e que cada leitor deve realizar sua própria análise, considerando seu perfil, objetivos e situação financeira, antes de tomar qualquer decisão. É altamente recomendável consultar um profissional devidamente certificado para obter orientações específicas.

O Finanças e Futuro e seus autores não se responsabilizam por quaisquer perdas, danos ou prejuízos decorrentes do uso das informações contidas neste site.

Ao acessar este blog, você concorda com os termos deste disclaimer.