Discurso de Powell em Jackson Hole reforça apostas de corte de juros e anima mercados nos EUA

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, adotou um tom mais suave em seu pronunciamento desta sexta-feira (Jackson Hole, Wyoming), aumentando a expectativa de que o banco central dos Estados Unidos possa reduzir a taxa básica já em setembro. O discurso impulsionou a busca por ativos de maior risco e por papéis sensíveis aos juros.

Powell indicou a possibilidade de corte, mas evitou compromisso formal. Segundo o executivo Jay Hatfield, da Infrastructure Capital Management, o presidente do Fed respondeu ao enfraquecimento do mercado de trabalho, o que “prepara o terreno para um corte em setembro”.

Mercado ajusta probabilidades

Antes da fala, operadores calculavam 70% de chance de redução de 0,25 ponto percentual na reunião de setembro. Após o discurso, a probabilidade subiu para 89%, de acordo com dados da LSEG.

As apostas ganharam força após o relatório fraco de empregos de julho e revisões negativas de meses anteriores. A taxa atual está na faixa de 4,25% a 4,5%.

Reações dos ativos

O índice do dólar recuava 0,8%, enquanto o rendimento do Treasury de dois anos caía cerca de 8 pontos-base, para 3,692%. O retorno do título de dez anos diminuía em torno de 5 pontos-base, a 4,255%.

Na Bolsa, o S&P 500 avançava 1,6% e ações sensíveis à taxa de juros lideravam os ganhos.

Pressões políticas

Este foi o último discurso de Powell como presidente do Fed; seu mandato termina em maio. A apresentação ocorre sob pressão constante do presidente Donald Trump por cortes de juros. Nesta semana, Trump pediu a renúncia da diretora do Fed Lisa Cook, alegando questões ligadas a hipotecas. O presidente afirmou que demitirá Cook caso ela não deixe o cargo, movimento visto como tentativa de nomear membros mais flexíveis para o Comitê Federal de Mercado Aberto.

Com informações de InfoMoney