Empresa privada chinesa investe mais de US$ 1 bilhão para operar campos de petróleo na Venezuela

A China Concord Resources Corp (CCRC) iniciou o desenvolvimento dos campos de petróleo Lago Cinco e Lagunillas Lago, na região do Lago Maracaibo, segunda maior área produtora da Venezuela. O projeto prevê aporte superior a US$ 1 bilhão e meta de elevar a produção para 60 mil barris de petróleo por dia até o fim de 2026.

O investimento é resultado de um contrato de partilha de produção com duração de 20 anos, assinado em maio de 2024 com a estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA). O acordo segue o modelo criado em 2020 pela Lei Antibloqueio, que permite a operadores estrangeiros atuar no país em troca de uma fração da produção.

Reativação de poços

Sem experiência anterior em perfuração, a CCRC levou desde setembro passado cerca de 60 especialistas chineses e uma sonda de perfuração para reabrir aproximadamente 100 poços que estavam desativados por falta de recursos e tecnologia. A produção conjunta nos dois campos, antes praticamente parada, já alcança 12 mil barris diários.

A empresa planeja desenvolver até 500 poços. O petróleo extraído é uma mistura de óleo leve e pesado; o primeiro será destinado à PDVSA, enquanto o segundo seguirá para o mercado chinês.

Contexto de sanções

O projeto ocorre em meio às sanções impostas pelos Estados Unidos ao setor de petróleo venezuelano desde 2019, que afastaram grandes companhias internacionais. Segundo um executivo envolvido, que pediu anonimato, a ausência de concorrentes de grande porte abriu espaço para empresas menores, como a CCRC.

A China mantém-se como principal compradora do petróleo venezuelano, adquirindo mais de 90% das exportações do país. Antes das sanções, a estatal chinesa CNPC figurava entre os maiores investidores no setor venezuelano. Hoje, refinarias independentes chinesas continuam comprando o óleo venezuelano por meio de traders.

Atualmente, a PDVSA mantém a produção nacional perto de 1 milhão de barris por dia, ajudada por permissões dos EUA que autorizam um número limitado de parceiros estrangeiros a operar e exportar petróleo.

Com informações de Valor Econômico