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Empresas avançam em tecnologias para eliminar “químicos eternos” PFAS

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Empresas de tecnologia limpa estão levando ao mercado métodos capazes de destruir os PFAS (substâncias per e polifluoroalquil), conhecidos como “químicos eternos”, presentes em produtos como roupas impermeáveis, panelas antiaderentes, cosméticos e embalagens. Esses compostos, ligados a maior risco de certos tipos de câncer e problemas reprodutivos, são extremamente persistentes por causa das fortes ligações carbono-fluor.

Até agora, o resíduo concentrado era armazenado, incinerado – muitas vezes de forma incompleta – ou enviado a aterros de resíduos perigosos. “Há muita destruição a ser feita”, resume Parker Bovée, da consultoria Cleantech Group, que vê um “mercado grande e crescente” para as novas soluções, sobretudo nos Estados Unidos.

Pressão jurídica e regulatória impulsiona o setor

Milhares de processos sobre contaminação por PFAS já resultaram em bilionárias indenizações, como as pagas pela 3M. Nos EUA, limites legais para duas dessas substâncias na água potável entrarão em vigor em 2031, e especialistas esperam regras adicionais para efluentes industriais. A União Europeia adotará restrições semelhantes a partir do próximo ano.

No Reino Unido, o órgão regulador Ofwat financiou a Severn Trent Water para avaliar tecnologias de destruição de PFAS.

Tecnologias em destaque

Eletro-oxidação (EO) – Trata-se da aplicação de corrente elétrica em água contaminada, quebrando as moléculas. A canadense Axine Water Technologies instalou sua primeira unidade comercial em uma fabricante de autopeças em Michigan após projeto-piloto bem-sucedido. O cliente planeja adquirir novos sistemas.

Oxidação em água supercrítica (SCWO) – A norte-americana 374Water aquece e pressuriza a água até o estado supercrítico, capaz de romper a ligação carbono-fluor tanto em resíduos líquidos quanto sólidos, inclusive plásticos triturados. A estação de tratamento de esgoto de Orlando (Flórida) testa a tecnologia; segundo o gerente de projetos especiais Alan Oyler, a meta é ampliar a capacidade para todo o lodo gerado quando as futuras normas exigirem.

Outras abordagens em fase de comercialização incluem o tratamento hidrotermal alcalino (HALT) e processos baseados em plasma.

Riscos de subprodutos

O professor Jay Meegoda, do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, alerta para possíveis subprodutos tóxicos, como vapor de fluoreto de hidrogênio na EO. As empresas afirmam controlar ou eliminar esses derivados.

Defesa dos EUA como parceira-chave

Com mais de 700 locais militares suspeitos de contaminação por espumas antigas de combate a incêndio, o Departamento de Defesa tornou-se um importante campo de testes. A start-up Aquagga, especializada em HALT, concluiu demonstração destruindo misturas de espuma contendo PFAS. Grandes estoques desse material aguardam destinação adequada em bases militares e outros locais.

Além do passivo histórico, novas fontes de resíduo estão no horizonte: a expansão da fabricação de chips nos EUA utiliza grandes volumes de PFAS. “Podemos destruir isso”, afirma Chris Gannon, da 374Water.

Com várias tecnologias próximas da escala comercial e regulamentações mais rígidas, o mercado para a eliminação dos “químicos eternos” tende a se consolidar nos próximos anos.

Com informações de BBC News

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