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O ex-presidente boliviano Evo Morales, impedido de disputar as eleições gerais deste domingo (17), afirmou que o voto nulo deverá ser o mais escolhido pelos eleitores, refletindo, segundo ele, a rejeição a um processo “sem legitimidade”. “Pela primeira vez na história, se não houver fraude, o voto nulo será o mais votado”, declarou, após depositar sua cédula em uma comunidade próxima a Lauca Eñe, no centro do país, onde seguidores o protegem dia e noite para evitar o cumprimento de uma ordem de prisão.
Vestido com camisa branca e sandálias, o ex-mandatário de 65 anos votou cercado por um cordão humano de camponeses; não havia policiais no local. Primeiro indígena a presidir a Bolívia, Morales foi barrado pela Justiça ao tentar concorrer a um quarto mandato, pois a Constituição limita a uma reeleição. Ele também responde a um mandado de detenção por suposto envolvimento com tráfico de menor, acusação que nega.
Sem o apoio do MAS (Movimento ao Socialismo) — partido com o qual chegou ao poder e do qual se afastou após romper com o presidente Luis Arce —, Evo fez campanha pelo voto nulo, ainda que esses votos não sejam contabilizados para definir o resultado oficial. Mais de 7,9 milhões de bolivianos estão aptos a escolher entre oito candidatos à Presidência e a renovar o Congresso.
Direita à frente nas pesquisas
Os levantamentos eleitorais apontam empate técnico, em torno de 20% das intenções de voto, entre o empresário Samuel Doria Medina e o ex-presidente Jorge “Tuto” Quiroga. Caso o cenário se confirme, ambos se enfrentarão no segundo turno marcado para 19 de outubro.
Ao votar em uma escola de La Paz, Doria Medina disse que “por meio do voto poderemos sair desta crise econômica de forma pacífica e democrática”. O empresário, que fez fortuna nos setores de cimento, hotelaria e fast food, promete um plano de choque de 100 dias para combater a escassez de combustíveis, dólares e produtos básicos.
Quiroga, que governou o país entre 2001 e 2002 após a renúncia de Hugo Banzer, sinalizou uma ruptura com o modelo estatizante do MAS: “Vamos mudar tudo, absolutamente tudo. São 20 anos perdidos”, afirmou.
Imagem: Juan Karita via valor.globo.com
O governista Eduardo del Castillo e o presidente do Senado, o esquerdista Andrónico Rodríguez, aparecem atrás nas sondagens. Rodríguez enfrentou hostilidade em Carrasco, onde críticos arremessaram pedras quando ele chegou para votar. Depois, publicou em rede social ter “cumprido a vocação democrática”.
Mais cedo, Morales culpou Arce pela fragmentação do MAS, dizendo na rede X que o movimento “estaria liderando o processo eleitoral” não fosse o atual chefe do Executivo. O racha enfraqueceu a legenda, dominante na política boliviana por duas décadas.
A apuração dos votos deve começar na noite deste domingo, e o Tribunal Supremo Eleitoral considera apenas os votos válidos (excluindo nulos e brancos) para definir o vencedor.
Com informações de Valor Econômico
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