Gestores de Fiagro criam estratégias para reduzir volatilidade e atrair investidores

Em meio a um cenário de maior aversão ao risco, gestores de fundos de investimento do agronegócio (Fiagro) apresentaram novas iniciativas para diminuir a volatilidade do setor, que acumula patrimônio líquido de aproximadamente R$ 40 bilhões.

Durante o XP Agro Forum, realizado na terça-feira em São Paulo, Paulo Fleury, gestor da EB Capital, defendeu a estruturação de produtos com divisão de cotas em tranches sênior e subordinada. Segundo ele, ao manter a parcela de maior risco sob responsabilidade dos próprios gestores, o investidor passa a ter clareza sobre o nível de exposição que está assumindo.

“Se um produto tiver, por exemplo, 20% de subordinação, há uma margem considerável antes de qualquer perda alcançar o cotista da tranche sênior”, explicou Fleury.

Paulo Mesquita, gestor de Fiagro na Riza, destacou que o momento exige operações com spreads mais enxutos, compatíveis com o perfil de risco de cada produtor rural. “Não emprestaria meu dinheiro a quem pede CDI+10% hoje; esse tomador provavelmente não pagaria. Há outras formas de buscar rentabilidade, como aproveitar a curva pré de juros”, afirmou.

Os participantes do debate enfatizaram ainda a importância de governança e formalização de garantias — seja em terras ou recebíveis — para reforçar a segurança dos investidores. Gustavo Gomes, gestor de Fiagro na XP, observou que a compreensão sobre o instrumento financeiro evoluiu. “Há quatro anos eu tinha dez segundos para explicar o que era um Fiagro; agora o empresário já reconhece essa alternativa de crédito”, disse.

Com o reforço dessas medidas de transparência, os gestores acreditam que a indústria poderá retomar o ritmo de crescimento e ampliar o acesso do pequeno investidor ao agronegócio.

Com informações de InfoMoney