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O economista Gustavo Franco, presidente do Banco Central entre 1997 e 1999, declarou nesta quinta-feira (14) que abrir um canal de diálogo direto com os Estados Unidos é mais relevante para o Brasil do que o recém-lançado Plano Brasil Soberano. A afirmação foi feita durante o RPE Summit, evento de serviços financeiros realizado em São Paulo.
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ToggleMedidas anunciadas pelo governo
Divulgado na quarta-feira (13), o plano elaborado pelo governo federal busca compensar os efeitos da tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros. Entre as ações previstas estão:
- ampliação do Reintegra para empresas de médio e grande porte, devolvendo parte dos tributos federais cobrados na cadeia de exportação;
- prorrogação por mais um ano do regime de drawback;
- linhas de crédito com juros menores e prazos estendidos oferecidas pelo Banco do Brasil e pelo BNDES.
Risco de programa permanente
Franco mostrou preocupação com a possibilidade de a iniciativa deixar de ser temporária. “O Brasil corre o risco de ver esse programa virar algo permanente”, alertou, comparando a situação ao auxílio emergencial pago durante a pandemia.
Crítica à falta de articulação política
O ex-presidente do BC também condenou a ausência de contato direto entre autoridades econômicas dos dois países. “Não é possível que o ministro da Fazenda do Brasil não possa ligar para o ministro da Fazenda dos EUA”, afirmou.
Imagem: infomoney.com.br
Visão sobre o BRICS
Questionado a respeito da atuação brasileira no BRICS, Franco avaliou a participação do país como “muito pequena, muito pouco relevante”. Segundo ele, uma eventual moeda comum do bloco “não é como na Europa, onde existe unidade” e o projeto seria hoje “dominado pela China”.
Com informações de InfoMoney