Haddad diz que hostilidade dos EUA busca “livrar a cara dos golpistas” no Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou neste sábado, 23 de agosto, que a recente postura hostil dos Estados Unidos em relação ao Brasil tem como objetivo fortalecer grupos de extrema-direita e “livrar a cara dos golpistas” envolvidos em articulações contra a democracia brasileira.

Em debate sobre a conjuntura política, realizado na sede nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) em Brasília e transmitido pelas redes sociais da legenda, Haddad contou que o governo brasileiro mantinha diálogo com Washington após a posse do presidente Donald Trump. Segundo ele, as conversas caminhavam de forma “muito boa” até a intervenção de grupos de extrema-direita no Brasil que defendem um “tarifaço”.

“Fiz uma reunião na Califórnia com o secretário do Tesouro, Scott Bessen. As tratativas estavam andando muito bem, até que essa atitude hostil nos surpreendeu pela ação de grupos de extrema-direita brasileiros que, de patrióticos, não têm absolutamente nada”, declarou o ministro.

Mensagens recuperadas pela PF

Haddad citou mensagens obtidas pela Polícia Federal que, segundo ele, envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia. Para o titular da Fazenda, o conteúdo demonstra que “o único objetivo é reabilitar a extrema-direita no Brasil” por meio da tensão diplomática com os Estados Unidos.

Defesa da soberania e elogios a Alckmin

Participando por vídeo, Haddad reforçou que o Brasil não abrirá mão da soberania nem da independência dos Poderes. Ele aproveitou para elogiar o vice-presidente Geraldo Alckmin, responsável por parte das negociações com Washington. “O vice-presidente Alckmin tem conduzido de maneira muito sóbria e altiva as tratativas com as autoridades dos Estados Unidos, fazendo valer a dignidade da nossa gente e o respeito ao povo brasileiro”, afirmou.

Com informações de Valor Econômico