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Inflação no Reino Unido sobe para 3,8% em julho, impulsionada por passagens aéreas e alimentos

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Os preços ao consumidor no Reino Unido avançaram 3,8% nos 12 meses encerrados em julho, informou nesta quarta-feira (14) o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês). O índice é o mais alto desde janeiro de 2024 e permanece bem acima da meta de 2% estipulada pelo Banco da Inglaterra.

Passagens aéreas lideram alta

Segundo o ONS, o principal fator de pressão foi o aumento de 30,2% nas tarifas aéreas entre junho e julho, a maior variação para esse período desde o início da série histórica mensal, em 2001. O órgão atribui o salto ao calendário das férias escolares, que este ano coincidiu com o dia de coleta dos preços.

Alimentos voltam a subir

Alimentos e bebidas não alcoólicas encareceram 4,9% no ano até julho, acima dos 4,5% registrados em junho. Entre os itens com maiores reajustes estão carne bovina, chocolate, confeitos, café instantâneo e suco de laranja fresco.

Combustíveis e outros indicadores

O preço de gasolina e diesel também avançou, em contraste com a queda observada no mesmo período de 2023. Já o Índice de Preços no Varejo (RPI), que inclui custos como juros de hipoteca e seguro predial, subiu para 4,8%, contra 4,4% em junho. O RPI serve de referência para futuros reajustes de tarifas ferroviárias na Inglaterra; se a regra atual for mantida, as passagens podem subir 5,8% em 2026. O Departamento de Transportes, porém, afirmou que ainda não há decisão sobre os preços do próximo ano.

Expectativas para os juros

O leve avanço da inflação reforça a percepção de analistas de que o Banco da Inglaterra poderá reduzir o ritmo dos cortes de juros. No início do mês, a autoridade monetária reduziu a taxa básica de 4,25% para 4%, a menor em mais de dois anos. Projeções do próprio banco indicam que a inflação deve atingir 4% em setembro.

Monica George Michail, do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica e Social (NIESR), avaliou que parte das pressões recentes decorre de mudanças pontuais em políticas, como o aumento da contribuição patronal para a Previdência e o reajuste do salário mínimo nacional. Para ela, pode haver mais um corte de juros em 2024, mas o banco “terá de agir com cautela” se os preços dos alimentos continuarem elevados. Ruth Gregory, da Capital Economics, também prevê nova redução — possivelmente em novembro —, mas ressalta que a decisão dependerá dos dados dos próximos meses.

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Imagem: bbc.com

Repercussões políticas

A chanceler do Tesouro, Rachel Reeves, afirmou que o governo “tomou as medidas necessárias para estabilizar as finanças públicas” e destacou o recuo em relação à inflação de dois dígitos registrada sob a gestão anterior, mas reconheceu que “há mais a fazer para aliviar o custo de vida”. O porta-voz da oposição conservadora, Mel Stride, classificou a alta como “motivo de preocupação para as famílias”, enquanto a liberal-democrata Daisy Cooper disse que o aumento é “uma notícia sombria” para lares, aposentados e empresas e cobrou ações mais robustas, incluindo o plano de seu partido para reduzir pela metade as contas de energia até 2035.

Perto da conclusão do relatório, o ONS observou que, se por um lado a inflação segue elevada, por outro o crescimento econômico permanece fraco, ampliando o desafio do Banco da Inglaterra de equilibrar a redução dos preços com o estímulo à atividade.

Com informações de BBC News

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