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Investir em terras raras no Brasil: alta demanda anima, mas riscos seguem elevados

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O avanço global das tecnologias que dependem de terras raras reacendeu o interesse dos investidores pelo setor. Projeções da International Energy Agency, compiladas pelo UBS, indicam que a demanda mundial deve subir de 91 mil para 150 mil toneladas até 2024, uma expansão de 60%. O Brasil, segundo maior produtor atrás da China, vê 30 projetos em desenvolvimento, mas ainda enfrenta obstáculos que vão da incerteza geológica à licença ambiental.

Longo ciclo de maturação

De acordo com Jéferson Silveira Martins, sócio-diretor da consultoria Silveira Capital, o investimento nessa cadeia não é indicado para quem busca retorno rápido. Primeiro, é preciso conhecer o subsolo — etapa que exige estudos caros e detalhados. Depois, vem a construção da planta de beneficiamento, que demanda capital intensivo e tempo.

O UBS calcula que um projeto de terras raras possa levar até 16 anos para entrar em operação. No momento, apenas uma mina opera comercialmente no país: a Serra Verde, em Minaçu (GO). Inaugurada em 2024, ela passou 14 anos em desenvolvimento e consumiu US$ 150 milhões de fundos americanos e britânicos. A capacidade inicial é de 5 mil toneladas por ano de elementos como neodímio, praseodímio, térbio e disprósio, usados na fabricação de ímãs permanentes.

Desafios estruturais

Apesar de possuir reservas expressivas, o Brasil ainda importa terras raras, sobretudo da China, devido ao alto custo das tecnologias de extração e separação. Entre as barreiras apontadas pelo UBS estão a ausência de um marco regulatório específico, a morosidade no licenciamento de novas minas, a necessidade de ampliar o mapeamento geológico e a volatilidade do mercado mundial.

Como investir

Para acessar o segmento, o investidor pessoa física pode comprar ações de mineradoras estrangeiras — muitas listadas na bolsa australiana — ou aplicar em ETFs setoriais. Entre as companhias com projetos no Brasil estão Viridis Mining (VMM), Meteoric Resources (MEI), St George Mining (SGQ), Equinox Resources (EQN), Summit Minerals (SUM), Resouro Strategic Metal (RSM), Perpetual Resources (PEC), Ozaurum Resources (PEC), Axel REE (AXL) e Alvo Minerals (ALV).

No exterior, destacam-se ainda China Northern Rare Earth Group High-Tech (600111), MP Materials (BDR M2PM34 na B3) e Lynas Rare Earths (LYC). Para quem busca diversificação sem escolher empresas específicas, há os ETFs VanEck Rare Earth/Strategic Metals (REMX) e Sprott Critical Materials/Energy Transition Materials (SETM).

Pontos de atenção

Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, recomenda verificar:

  • publicação de recursos e estudos geológicos;
  • realização de testes metalúrgicos ou pilotos;
  • licenças ambientais emitidas;
  • acordos comerciais vinculantes;
  • financiamento garantido e obras em execução.

Piellusch sugere exposição de 2% a 5% do portfólio para perfis moderados e até 10% para os arrojados que compreendam a volatilidade e o risco de execução. “É um tema cíclico, ligado ao crescimento industrial global”, lembra o professor.

Com informações de InfoMoney

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