Lavrov defende grupo internacional, e não a Otan, como fiador da segurança da Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou em entrevista veiculada neste domingo (24) que a segurança da Ucrânia deve ser garantida por um conjunto de países, incluindo os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, e não pela Otan.

Ao programa “Meet the Press”, da emissora norte-americana NBC News, Lavrov declarou que o grupo de fiadores poderia reunir Estados Unidos, Reino Unido, França, China e Rússia — integrantes do conselho — além de nações como Alemanha e Turquia. Segundo ele, esses países assumiriam o compromisso de proteger uma Ucrânia neutra, não alinhada a alianças militares e sem capacidade nuclear.

Contexto das exigências russas

A Reuters reportou na semana passada que o presidente russo, Vladimir Putin, condiciona um acordo de paz à entrega de todo o leste ucraniano (Donbass), ao abandono da meta de aderir à Otan, à adoção da neutralidade e à retirada de tropas ocidentais do território ucraniano.

Em 2022, durante negociações em Istambul, Rússia e Ucrânia discutiram a neutralidade permanente de Kiev em troca de garantias de segurança oferecidas pelos países do Conselho de Segurança da ONU, conforme rascunho de acordo obtido pela agência.

Posição de Kiev e aliados

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, declarou recentemente que equipes da Ucrânia, dos Estados Unidos e de parceiros europeus estão definindo uma “arquitetura de garantias de segurança” após conversar com o primeiro-ministro dos Países Baixos.

Rejeição à entrada na Otan

Lavrov reiterou que a adesão da Ucrânia à Otan é “inaceitável” para Moscou. O chanceler também afirmou que a Rússia busca proteção para falantes de russo em território ucraniano e que questões territoriais ainda terão de ser tratadas diretamente com Kiev.

Com informações de InfoMoney